Presidente da Emap, Luiz Carlos Fossati, destaca investimentos no Porto do Itaqui

São Luís - O Porto do Itaqui inicia a sua escalada rumo ao ranking dos 10 maiores portos do mundo. Em 2011, o porto maranhense atingiu a marca de 14 milhões de toneladas movimentadas, um aumento de 11% em relação ao ano anterior. A previsão é que ao final de 2015, quando já estarão em pleno funcionamento o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) e o berço 108, píer totalmente dedicado a derivados de petróleo, o porto maranhense movimente quase o dobro de carga. Para atender à demanda por novos investimentos no estado com forte impacto social e econômico, calculados em mais de R$ 100 bilhões, a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) trabalha com um planejamento estratégico para os próximos 20 anos visando tornar o Itaqui um porto de classe mundial.
Do total de cargas movimentadas no ano passado no Porto do Itaqui, 7 milhões de toneladas foram de derivados de petróleo. Metade desse total abastece o Maranhão e os outros 3,5 milhões de toneladas seguem via cabotagem para outros estados do Norte e Nordeste do país.
A importação de derivados de petróleo (gasolina, querosene de aviação e óleo diesel), tem alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 25%, a maior delas. No ano passado, segundo dados da Secretaria de Estado da Fazenda do Maranhão (Sefaz), a arrecadação de ICMS, até novembro, foi de R$ 2,9 bilhões. Calcula-se que o impacto da importação de derivados na arrecadação de ICMS foi de aproximadamente R$ 1 bilhão.
A título de comparação, o PIB do Maranhão, a soma de todas as riquezas produzidas no estado, de acordo com dados do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc), em 2009, dado mais recente, foi de aproximadamente R$ 40 bilhões. As importações de derivados pelo Itaqui contribuem com 2,5% do PIB estadual.
A contribuição do Itaqui para a economia do estado vai continuar crescendo, já que no próximo mês será licitado um novo berço, o de número 108, totalmente dedicado a granéis líquidos, no valor de R$ 70 milhões. A ampliação da infraestrutura resultará em um aumento de 40% na movimentação de granéis líquidos. A previsão é que o berço seja entregue no final de 2013. Deve-se somar a esses números mais 5 milhões de toneladas de grãos com a entrada em operação do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram). Em 2010, foram movimentados 2,2 milhões de toneladas de soja e no ano passado 2,6 milhões.
O Itaqui também ampliou as operações com fertilizantes, acompanhando a demanda do setor do agronegócio. Foram movimentadas 928 mil toneladas em 2011 contra 669 mil em 2010, um aumento de quase 39%. Foram também com granéis sólidos alguns dos recordes de produtividade alcançados em 2011: uma média de 3,3 mil toneladas de fertilizantes desembarcadas por dia. Esse número deverá ser ainda mais significativo em 2012 com a entrada em operação de um quarto guindaste do operador portuário COPI com capacidade para operar 64 toneladas. O equipamento, que dará mais agilidade na descarga de granéis sólidos, contêineres, carga geral e de projetos, junta-se a três outros da Brazil Marítima, com 100 toneladas de capacidade; um de 40 t, da NSSX; e um segundo da COPI, com 60 t, todas empresas que operam no Porto do Itaqui.
O Porto do Itaqui está preparado tanto para receber quanto para enviar mercadorias para os principais mercados mundiais. Alguns dos produtos importados são os derivados de petróleo, fertilizantes e trigo. Ferro gusa, manganês, soja, cobre, carga em contêiner, alumínio e níquel são exportados pelo porto púbico, sendo os dois últimos com valor agregado. No ano passado, dos 14 milhões movimentados mesmo com o berço 101 paralisado para reforma desde maio, 7,3 milhões de toneladas foram exportadas e 6,6 milhões de toneladas importadas.
“Serão aplicados mais de R$ 1,1 bilhão diretamente no Porto do Itaqui nos próximos três anos, o que inclui construção de novos berços, como o 100, que entrará em operação em maio deste ano e que depois dará suporte ao Tegram, em uma segunda fase”, frisou o presidente da Emap, Luiz Carlos Fossati.
Tudo isso visando adequar o porto para suportar a forte demanda por novos empreendimentos no estado. “Identificamos 90 novas oportunidades de projetos no Itaqui, orçados em mais de R$ 6 bilhões, para execução nos próximos 20 anos, quando deveremos figurar entre os 10 maiores portos do mundo”, destacou Fossati. Até lá, o Itaqui quer conquistar também a liderança nacional na movimentação de granéis sólidos e líquidos, com geração de 6.500 diretos e 32 mil indiretos e o compromisso social e ambiental em todas as suas ações.
Para isso, a Emap investe em pessoal, com capacitação dos seus funcionários e implementação de programa de qualidade de vida. Na área ambiental, é um dos cinco portos do país a manter atualizadas todas as licenças necessárias ao seu funcionamento, o que inclui as de instalação de novos projetos, a exemplo do Tegram e do berço 108. Nessa área, também foi fechado contrato com a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) para a realização dos monitoramentos ambientais do Porto do Itaqui e adoção de uma política de acidentes ambientais graves ‘zero’.
O Porto do Itaqui integra o Complexo Portuário de São Luís (Terminal Ponta da Madeira e da Alumar). Juntos, os três portos encerraram o ano com 128,9 milhões de toneladas contra 117 milhões registradas em 2010. Em uma linha ascendente, a estimativa é que o complexo atinja a marca de 284 milhões de toneladas em 2015 e 424 milhões em 2030. Apenas no Itaqui atracaram 785 navios. Em todo o complexo o número sobe para 1.679 embarcações. (Cintia Machado)