Leuzinete Pereira, da Seduc; o presidente do CNE, José Fernandes de Lima e o conselheiro do CNE Moacyr Feitosa

O debate sobre os desafios e perspectivas do ensino médio foi um dos principais pontos da Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Educação (CNE) que aconteceu, esta semana, no Hotel Luzeiros, em São Luís. O evento contou com a participação de especialistas, conselheiros, representantes da administração central da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), gestores de escolas, professores e alunos.
Ao proferir palestra sobre o assunto, representando o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a secretária adjunta da Seduc, Leuzinete Pereira, ressaltou que os avanços nesta etapa da educação básica passam pela oferta de uma educação que seja efetivamente focada na formação integral dos estudantes. Para tanto, frisou que é preciso desenvolver um ensino integrado aos processos de desenvolvimento local/regional/nacional, propiciando, também, o protagonismo juvenil e a formação de lideranças.
Para Leuzinete Pereira, é necessária superação da abordagem fragmentada das disciplinas e articulação entre educação básica e superior, especialmente quanto ao desenvolvimento de uma formação de professores que se aproxime cada vez mais dos desafios apresentados na educação de jovens na atualidade.
“Um dos grandes desafios do ensino médio no Brasil é garantir o acesso e a permanência de todos os jovens à educação com qualidade social, especialmente considerando as diversidades e peculiaridades sócio-regionais de um país com a dimensão territorial do Brasil”, frisou.
Ela apresentou uma série de propostas elaboradas pelo conjunto de secretários de Estado de Educação todo o país para a melhoria do ensino médio, além de programas e ações desenvolvidas em todas as unidades federativas para fortalecer esta etapa final da educação básica, de fundamental importância para os jovens brasileiros.
Visando alcançar estes objetivos, a secretária adjunta da Seduc citou ações para ampliar a oferta de ensino médio com uso da tecnologia, em comunidades rurais de difícil acesso em Estados como Acre, Amazonas, Bahia e Piauí, destacando que esta medida foi iniciada também no Maranhão em 2013 e será ampliada em 2014.
Além do acesso ao ensino médio, ela mencionou que os estados revelam elevada preocupação com a qualidade do ensino. Por isso, diversas Unidades da Federação estão reformulando/atualizando suas propostas curriculares, com destaque para o Maranhão, que está implantando um documento mais diretivo para sua rede e pretende estender sua implantação às redes municipais de educação.
“Trata-se das Diretrizes Curriculares, que objetiva estabelecer padrões básicos de ensino e de aprendizagem para todas as séries e disciplinas do ensino médio e fundamental. Essas são experiências exitosas que o Maranhão destaca na reunião ordinária do CNE quanto ao ensino médio”, salientou.
Depois da apresentação de um vídeo protagonizado por estudantes de ensino médio de escolas da rede estadual de ensino, onde eles sugerem maior interação entre a família e a escola.
“É preciso que os profissionais da educação ampliem o diálogo com os jovens para melhor direcionar as ações educativas, tornando a escola mais atrativa e que promova uma aprendizagem significativa para os estudantes”, salientou.

Habilidades
Ainda na Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Educação (CNE) aconteceu o diálogo sobre o desenvolvimento das habilidades não cognitivas no ambiente escolar, com a apresentação da palestra: “A importância das habilidades não-cognitivas no sucesso escolar, ministrada pela pesquisadora Anita Lilian Zuppo Abed”.
A pesquisadora defende uma mudança paradigmática no papel da escola e no desenvolvimento do aprendizado. “Na atualidade, a Educação é um grande desafio, pois vivemos tempos de profundas e aceleradas transformações mundiais, que implicam em novas necessidades sociais e em mudanças no papel da escola, que deve preparar a criança e o jovem para os desafios de um futuro desconhecido de uma sociedade em movimento”, afirmou.
Anitta completou o debate explicando que “é no espaço educacional que os valores de igualdade de direitos, de justiça, de respeito pelas diferenças e de inclusão devem ser cultivados a partir de uma ação educativa democrática e igualitária”, disse. (J. França / S.Aranha)