O velório de dom Paulo Evaristo Arns na Catedral Metropolitana de São Paulo, na Sé, região central da cidade, reúne amigos e admiradores. Entre eles, Maria Ângela Borsoi, secretária que trabalhou durante 40 anos e que o conhecia há 50 anos. "Para mim, Dom Paulo é um santo", disse.
Ela definiu o cardeal como despojado, disciplinado, brincalhão e jovial. "Apesar de todo o sofrimento da luta que ele travou, que é domínio público, nos anos de chumbo, a alma franciscana e a humanidade, dom Paulo Evaristo tinha esta jovialidade permanente, que ele fazia o milagre de fazer a gente não temer nada", explicou ela.
Dom Paulo morreu com 95 anos de idade, após permanecer internado na UTI do Hospital Santa Catarina com um quadro de broncopneumonia. Dom Evaristo Arns completou 71 de sacerdócio e 76 de vida franciscana. Ele era cardeal desde 1973 e foi arcebispo metropolitano de São Paulo entre 1970 e 1998. "Ele já sonhava a hora do encontro final com Deus por causa da fé na ressurreição, de forma que, para mim, ele finalmente chegou onde sonhava estar para sempre", disse Maria Ângela.
Maria Ângela comentou sobre os anos em que trabalhou com o cardeal. "Um aprendizado para mim, porque disciplinado como era. A disciplina dele com o tempo tirava o fôlego de quem estava com ele, na casa ou na curia. Eu e a três freiras começávamos a manhã em oração na capelinha. Nós e um motorista, que ficava junto, éramos uma pequena família do Dom Paulo", lembra a ela.
Funeral
O velório de dom Paulo Evaristo Arns segue desde as 20h de anteontem (14). Durante toda a madrugada, o público rezou o terço e se despediu do cardeal emérito. Na manhã de ontem, os fiéis continuaram lotando a catedral.
O governador Geraldo Alckimin esteve presente ao velório e lamentou a morte do cardeal. Em procissão solene, o corpo de Arns foi recebido sob aplausos na catedral, onde uma missa foi celebrada pelo arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer. (Agência Brasil)
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