Dois policiais da Força Nacional registraram, na madrugada de ontem, no Plantão Central da Vila Embratel, queixa de tentativa de homicídio contra detentos da Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) de Pedrinhas. Eles relataram que os presos efetuaram vários disparos de revólver calibre 38 em sua direção. O atentado ocorreu por volta das 22h de anteontem, quando a Força Nacional e o Batalhão de Choque da Polícia Militar faziam uma revista nas celas, iniciada após um princípio de tumulto registrado à tarde no presídio.
As vítimas do atentado foram os militares Alessandro Borges de Deus, natural do Rio Grande do Norte, e Márcio da Rosa, do Rio de Janeiro. Na ocorrência, registrada por volta de 1h, os policiais contaram que os detentos fizeram pelo menos 10 disparos. Um dos tiros teria atingido o escudo de um deles.
Na revista feita na cela onde estavam os agressores, foram encontrados um revólver calibre 38 com 10 cápsulas deflagradas e 16 munições intactas, cinco facas, quatro chuços, três serras e três chips de celular. Os detentos foram apontados como membros da facção criminosa responsável por mortes, fugas, venda de drogas e demais ações criminosas em Pedrinhas.
Após a descoberta, os policiais intensificaram a revista, o que deixou o clima ainda mais tenso. Familiares de presos que acompanhavam a movimentação do lado de fora da CCPJ chegaram a interditar o tráfego na BR-135 por alguns minutos. Logo se espalhou pela cidade a informação de que se tratava de mais uma rebelião, logo desmentida.
Os detentos reclamam de maus tratos, da má qualidade da alimentação e da falta de assistência à saúde. O Estado informou que tanto a Força Nacional quanto o Batalhão de Choque continuarão ocupando o Complexo Penitenciário de Pedrinhas. (Daniel Matos)