Após casos em dezenas de países, o Brasil viu, nas últimas três semanas, milhares de novos casos confirmados de pessoas que contraíram a doença no exterior e, além disso, transmissões locais, fazendo com que, até quarta, dia 25 de março, 2.433 pessoas tenham sido confirmadas com a doença no país, levando a 57 mortes. No mundo, até a mesma data, mais de 463 mil pessoas já foram diagnosticadas com o Covid-19 e mais de 20 mil mortes foram registradas, em mais de 100 países e territórios ao redor do mundo. 
A Toluna, fornecedora líder de insights do consumidor sob demanda, vem monitorando a percepção e o comportamento dos brasileiros em relação ao Covid-19. As pesquisas registraram até agora quatro momentos da crise: antes da confirmação do primeiro caso no país, após os primeiros diagnósticos brasileiros, após e decretação de pandemia pela OMS, e a mais recente avaliou o cenário após as primeiras mortes e o rápido crescimento no número de casos.
Na pesquisa realizada entre os dias 20 e 22 de março, a maioria das pessoas (82%) se considera muito ou extremamente preocupada com o surto. A percepção nessas duas categorias aumentou quando comparada com o resultado de outra pesquisa feita antes da existência de casos no Brasil (68%). Mas chama a atenção o aumento entre os que se declaram extremamente preocupados - era de 46,1% na primeira pesquisa, e agora é de 54%. Neste último estudo, 28% declararam estar muito preocupados,14% se dizem preocupados, 3% pouco preocupados e menos de 1% não estão alertas sobre o tema.
Quando perguntadas sobre alterações no comportamento para tentar evitar o contágio, 95% afirmam que passaram a evitar multidões - na primeira pesquisa, essa faixa era de 60%. Os planos de viagens já foram alterados por 79% dos entrevistados. Com a economia mundial instável e imprevisível, 35% dos entrevistados afirmaram que fizeram alterações em seus investimentos financeiros.
Na pesquisa mais recente, realizada no último final de semana, 79% das pessoas pesquisadas afirmaram que compraram algum item específico para se proteger contra contaminação. Os itens mais citados foram desinfetante para as mãos/álcool em gel (80,5%), sabonete (70%), desinfetante para ambiente (53%), máscara cirúrgica (48%) e luvas descartáveis (29,5%).
Quase 70% das pessoas entrevistadas acreditam que o impacto do coronavírus sobre a economia mundial será muito negativo. Outros 27% preveem que o impacto será negativo, e menos de 1% acredita que não haverá impacto. Surpreendentemente, quase 3% dos entrevistados opinou que o impacto será positivo ou muito positivo.
Essa pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 22 de março de 2020, com 1.000 pessoas das classes A, B e C, segundo critério de classificação de classes utilizado pela Abep - Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, onde pessoas da classe C2 tem renda média domiciliar de R$ 1.625 por mês. Estudo feito com pessoas acima de 18 anos, todas as regiões brasileiras, com 3% de margem de erro e 95% de margem de confiança. (Toluna Insights)