Em plena sexta-feira de carnaval, fomos surpreendidos pela manchete dos jornais, o presidente Bolsonaro cobrou do ministro da economia Paulo Guedes que o país cresça 2% neste ano. Dois por cento... Só isso? De que parte do Brasil veio este clamor? Elegemos o Bolsonaro pela pauta econômica, não foi pelas armas, pelas roupinhas azuis e rosas, nem pelo desprezo a árabes e chineses. Enquanto isso, São Paulo de Meirelles cresceu o dobro!

Infelizmente, a eleição, acabou, a hora de trabalhar, chegou, e descobrimos que o pedreiro era meia-colher e não sabe construir o prédio alardeado... O Paulo Guedes não é o gênio propagado, não conhece o Brasil, não conhece os políticos brasileiros, não conhece etiqueta, nem a arte do convencimento.

PG pode até ter uma origem semelhante à de Meirelles, mas está anos-luz em conhecimento, experiência e adaptação. Meireles pegou o país em depressão econômica (pior que recessão) e colocou o país para crescer. E cresceria se não fossem os impatriotas: o delegado do papelão na carne, os procuradores da lava-jato Friboi e os caminhoneiros anarquistas.

O governo bolsonarista não faz o que deveria. Lançam o projeto de lei ou a medida-provisória e não acompanham nem organizam a base governista no Congresso. Seus componentes, para piorar, atacam-se, a ala ideológica (ou horoscópica) enlameia a ala militar. É um verdadeiro desastre de governança.

Se não fosse o patriotismo do Senado e da Câmara, o tão falado projeto de reforma da previdência não teria virado lei. E foi esse projeto visto como a única bala na agulha -lembrando o ex-presidente Collor-, era aquilo que faltava ao investidor estrangeiro e nacional para acreditar que o país teria um futuro. Mas não foi o que aconteceu. Outros fatores mostraram-se tão importantes como. O meio-ambiente é uma trava que enfurece os povos de outros países. Os velhinhos não querem seus fundos investindo em país que destrói o futuro dos netinhos...

Com o ano encerrando, apesar da aprovação da reforma da previdência, da demissão dos tais milhares de cargos ocupados por petistas e do fechamento das estatais que serviam aos ideais esquerdistas, o dinheiro sonhado não brotou dos cofres supostamente depauperados pela corrupção e incompetência...

Ao contrário, a equipe econômica passou o ano todo buscando formas de aumentar os impostos e não em cortar gastos. A sanha cresceu até que, em setembro, Marcos Cintra foi demitido, encerrando mais um ciclo de tentativas de aumentar imposto. Esse ainda não veio, em compensação, neste início de ano, outra promessa de Bolsonaro, a correção da tabela do imposto de renda também não foi implementada, o que significa, na prática, que o IR aumentou, arrecadando mais dos contribuintes mais pobres.

É claro que é melhor estar entre os brasileiros que pagam impostos, porque a quantidade de desempregados ainda é absurdamente alta e a equipe econômica não tem a menor ideia do que fazer para se criar empregos ou reduzir a miséria que cresce.

Com a crise do coronavírus às portas de todas as nações, logo o povo clama: Chama o Meireles!

Mario Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot.com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano