Aline Leal
Agência Brasil
O Ministério da Saúde lançou ontem (27) a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza. O dia D de mobilização será sábado (30). Apesar da mobilização nacional, o secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Nardi, alerta que alguns municípios podem não abrir os postos no sábado, já que 22 estados anteciparam a imunização e adotaram outra estratégia. A vacinação vai até o dia 20 de maio.
Apesar do lançamento da campanha ter sido ontem, o ministério adiantou para o dia 1º deste mês o envio das vacinas aos estados, devido ao grande número de infecções pelo vírus H1N1 antes do período de pico, que é o inverno. “Infelizmente neste ano [a gripe] veio mais cedo do que nos outros anos e, por isso, tivemos que antecipar a distribuição das vacinas e, mesmo assim, continuamos com casos graves”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Castro, em entrevista coletiva, pouco depois de a assessoria ter confirmado que ele pediria demissão do cargo ainda nessa quarta-feira.
O público-alvo é formado por 49,8 milhões de pessoas e o ministério quer imunizar ao menos 80% desta população. Receberão a vacina pela rede pública crianças que tenham mais de 6 meses e menos de 5 anos, gestantes, mulheres que deram à luz há até 45 dias, trabalhadores da área da saúde, povos indígenas, quem tem 60 anos ou mais de idade, população privada de liberdade, funcionários do sistema prisional, quem tem doenças crônicas não transmissíveis ou outras condições clínicas especiais, como doença respiratória crônica, doenças cardíacas, renais, hepáticas ou neurológicas crônicas, diabetes, imunossupressão, obesos, transplantados e portadores de trissomias. A escolha dos grupos prioritários é recomendação da Organização Mundial da Saúde.
Na entrevista, a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, disse que a vacina deve ser tomada todos os anos pelo público-alvo, já que os tipos de vírus em circulação mudam e a imunização dura de seis a 10 meses. “A influenza é uma doença sazonal, cíclica. Em um ano pode haver mais casos e, em outros, menos. Como não podemos prever quando teremos maior circulação do vírus, todo ano, o público-alvo deve ser vacinado”, afirmou Carla. Ela destacou que é importante todo o público-alvo ser vacinado antes do inverno.
A vacina contra a gripe distribuída pelo Ministério da Saúde imuniza contra três tipos da doença: A/H1N1, A//H3N2 e influenza B. Carla Domingues ressaltou que o ministério distribuirá vacina suficiente para que todos do público-alvo sejam imunizados.
De acordo com Carla, o produto é seguro. “A pessoa se confunde, pegou outro tipo de vírus e acha que a vacina causou a doença, isso não é possível. Se a pessoa teve um resfriado, uma gripe, deve tomar, sim, a vacina quando estiver melhor”, reforçou a médica. “Não é porque tive uma gripe que estou imunizado e não preciso da vacina.”
A estrela da campanha “Vacine-se contra a gripe e viva com mais saúde” é a atriz Arlete Salles, que foi elogiada pelo ministro da Saúde pela performance. “Se fosse continuar aqui, eu a contrataria para todas as campanhas”, disse Castro, confirmando, sutilmente, que deixará o cargo.
Números
Segundo o último boletim, até 16 de abril, foram registrados 1.635 casos de gripe influenza, sendo 83% destes pelo vírus H1N1. No período, foram registradas 250 mortes por influenza, sendo 230 por H1N1.
O Ministério da Saúde reforça que, além da vacinação, a população deve adotar medidas de prevenção para evitar a infecção por influenza. Medidas de higiene, como lavar sempre as mãos e evitar locais com aglomeração de pessoas que facilitam a transmissão de doenças respiratórias, são algumas destas medidas.
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