De cada 100 micro e pequenas empresas (MPEs) abertas no Brasil, 73 permanecem em atividade após os primeiros dois anos de existência. Segundo o último estudo realizado pelo Sebrae sobre a “Taxa de Sobrevivência das Empresas no Brasil”, estes são os anos mais críticos para uma empresa.
A pesquisa aponta que as indústrias são as que mais obtêm sucesso. De cada 100 empresas abertas, 75,1% permanecem ativas nos dois anos seguintes. Em seguida, aparecem comércio (74,1%), serviços (71,7%) e construção civil (66,2%). As empresas da região Sudeste apresentam os melhores índices (76,4%). Na sequência, vêm as regiões Sul (71,7%), Nordeste (69,1%), Centro-Oeste (68,3%) e Norte (66,0%). O Maranhão foi uma das 18 unidades da Federação em que houve aumento no índice de sobrevivência das empresas.
Apesar do sinal positivo, observa-se que muitas empresas têm fechado as portas logo nos primeiros anos de existência. Entre as razões mais comuns estão a falta de um plano de negócio, a dificuldade de adaptação às tendências do mercado e a má gestão. De acordo com especialistas, a preocupação com o sucesso da empresa, que deve ser uma visão a longo prazo, acaba sendo priorizada, gerando problemas que muitas vezes são incontornáveis.
Os cuidados devem começar logo na hora de abrir o negócio. O professor do MBA em Gestão de Pessoas do Isan/FGV, Victor Paradela, explica que o primeiro passo é a elaboração do plano de negócios que incluem a análise do mercado e a verificação de quais são os potenciais clientes, fornecedores e concorrentes, bem como qual o capital investido, custos e o retorno do investimento.
“O plano de negócios vai auxiliar o empreendedor a tomar decisões e conhecer o mercado que deseja investir. Neste plano está subsidiado o modelo de gestão que ele deverá seguir”, explica.
Outro problema que tem fechado as portas de muitos negócios tem a ver com má a gestão, característica peculiar de empresas familiares, na qual os donos acabam confundindo o caixa da empresa e o familiar, fazendo uso do dinheiro e não registrando.
Para que uma empresa seja bem-sucedida deve ser adotado um modelo de gestão compatível com o plano de negócio, fazer cada ação baseada na busca da eficiência e eficácia, não sendo direcionada apenas pelo senso comum.
“O dono do negócio não pode ser apenas empreendedor e bem intencionado, precisa de capacitação e qualificação. Caso contrário a empresa está fadada ao fracasso”, opina Paradela.
Um dos fatores que levam à sobrevivência da empresa é o seu tamanho. Quanto maior o tamanho da empresa, menor a probabilidade de fechamento. As empresas maiores estruturam melhor práticas gerenciais. Elas também gozam de maior facilidade para obtenção de linhas de crédito e têm mais flexibilidade para suportar incertezas do ambiente externo.
Uma pesquisa realizada pelo Serasa Experian, 975 instituições entraram com pedido de falência em 2012. As micro e pequenas empresas apresentaram um maior número de solicitações nos primeiros meses de 2012. Somente para essa categoria, foram 529 solicitações.
Publicado em Geral na Edição Nº 14727
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