Acusado é conduzido pela polícia após liberar refém em Brasília
Refém passou quase oito horas em poder de Jac Souza dos Santos

Alex Rodrigues
Agência Brasil

Após manter refém um funcionário de um hotel no centro de Brasília por quase oito horas, Jac Souza dos Santos, de 30 anos, libertou o trabalhador e se entregou à polícia. O agricultor de Combinado (TO) deixou o prédio cercado por policiais civis e foi levado em uma viatura para a 5ª Delegacia de Polícia.
Chorando, a vítima do sequestro, o chefe dos mensageiros do hotel, José Ailton dos Santos, 49 anos, foi levado para um hospital próximo, onde será submetido a exames. O hotel continuará interditado até que homens do Esquadrão Antibombas concluam uma varredura em todo o prédio.
Segundo o delegado da Polícia Civil, Paulo Henrique Almeida, a arma que o sequestrador usava era de brinquedo. O Esquadrão Antibombas informou que o material amarrado ao corpo da vítima não era explosivo, tratava-se de canos de PVC cheios de serragem e areia.
A motivação do sequestrador ainda é desconhecida. Conforme a Agência Brasil noticiou ontem, Santos disse a pelo menos uma pessoa próxima que viajaria para a capital federal, onde ficaria famoso. Além disso, deixou ao menos duas cartas de despedida que sugeriam que ele planejava fazer algo como o que fez ontem. Uma das cartas era destinada à mãe do próprio sequestrador.
“É uma carta de despedida, meio desesperada, e na qual ele pede desculpas para todos os familiares por algum ato que venha a cometer”, disse o delegado, citando também a existência de um vídeo, supostamente gravado no último dia 19, em que Santos pede desculpas à família, à imprensa e também à futura vítima.
Ex-secretário municipal de Agricultura e candidato a vereador derrotado em 2008, o agricultor trabalha no comitê de campanha de um dos candidatos ao governo do estado, em Combinado. Segundo o coordenador do comitê, Maurílio Martins de Araújo, ele é uma pessoa tranquila que, apesar de estar envolvido com a política local, jamais se comportou de forma a gerar qualquer suspeita de que estivesse pensando em fazer algo do tipo. Aparentemente confuso, Santos dizia que explodiria o hotel caso suas exigências não fossem atendidas, entre elas a extradição do ativista italiano Cesare Battisti e a efetiva aplicação da Lei da Ficha Limpa.