* Por Márcia Ribas

O fim de ano chegando e com ele as promessas para 2016. São desejos, sonhos e perspectivas que, por mais simples que sejam, podem mudar consideravelmente nossa vida e ir ao encontro da nossa essência. Por que, então, sai ano, entra ano, estes propósitos não se transformam em atitude?
Há muito tempo não falava com uma amiga que prezo profundamente. Tinha o firme propósito de ligar para saber como estava, falar sobre a vida.... Porém o propósito não se transformava em atitude. Até que, para a minha felicidade, recebi uma ligação dela.
Fiquei surpresa ao saber que não estava bem, especialmente por conta de uma depressão profunda, seguida da descoberta de que havia se tornado diabética. Momento difícil…
Mesmo com essa situação, percebi sua voz diferente, esperançosa e consciente sobre a mudança e o esforço que teria de fazer, a partir de sua nova realidade, para não deixar a “peteca cair”. 
Ela disse algo que me marcou muito: Decidi que vou cuidar de mim e rever o que tenho de mais valioso: minha essência. É estranho perceber como as prioridades mudam quando se está na iminência de perder algo que realmente tem valor e que, no meu caso, é a autoestima. O ano novo será o melhor da minha vida!
Exercitar a intuição é algo essencial. Talvez eu pudesse ajudá-la de alguma forma antes. É incrível o quanto temos o ‘costume’ de dar valor para o que tem valor somente quando o perdemos. O tempo é veloz e talvez seja tarde...
E você, quais são suas expectativas? O que pode começar a fazer para tornar seu sonho uma realidade, e suas atitudes em algo concreto? Cada pessoa tem seu jeito de ser e de encarar a vida, seu temperamento e, especialmente, a forma de sentir-se amada, não é? 
Veja este caso: A esposa reclamava que há muito tempo seu marido não dizia que a amava, o que a chateava profundamente e até a fazia pensar que realmente o sentimento não existia mais. Ela, uma pessoa sensível, tinha necessidade de ouvir palavras de afirmação para sentir-se amada. Ele, muito prático, pragmático e, como já havia dito um dia que a amava, não via necessidade alguma de dizer isto novamente, já que nada havia mudado. Por outro lado, sentia-se profundamente amado por sua esposa porque ela a servia em suas necessidades, cuidava dele, cozinhava muito bem, tratava seus filhos da melhor maneira possível. Logo, ele se sentia amado através de formas de servir.
Não sei de que forma você se sente amado, porém enquanto não se tratar com amor, não será possível transformar seus propósitos em atitudes para o novo ano. Quanto mais próximo de sua essência estiver e quanto mais consciência tiver do seu valor – e de que, sim, ele pode se perder em meio à sua história de vida por algum motivo – mais possibilidades terá de realizar seus sonhos, com convicção, força e certeza de que merece o melhor!

* Márcia Ribas é graduada em Comunicação Social e autora do livro “Olhar Avesso - Quando a vida é vista de dentro para fora”, pela Editora Canção Nova