Rayssa Leal e Pâmela Rosa são as brasileiras melhores colocadas

As skatistas brasileiras Pâmela Rosa, de 20 anos, e Rayssa Leal, de apenas 11, fizeram uma dobradinha na etapa de São Paulo do Mundial de Skate Street, para delírio do público, que compareceu em peso à pista especialmente montada para o evento, no Anhembi. Pamela, que usou a camisa da seleção brasileira de futebol, ficou com a vitória, e Rayssa foi a segunda colocada. A japonesa Aori Nishimura fechou o pódio da competição. 
Muito emocionada, Pamela dedicou a vitória ao tio, que faleceu na madrugada anterior. “Esse título significa muito para mim. Dedico ao meu tio Maninho, só venci hoje por causa dele”, disse a brasileira, sem conseguir segurar as lágrimas. “A torcida brasileira foi sensacional. Sem dúvida isso me deu força para encarar essa final e levar o título.”
Rayssa Leal liderou a prova após cinco das sete descidas, quando Pamela assumiu a ponta com uma linda manobra que lhe rendeu 7,8 de nota, a maior de toda a decisão. “Vim para cá para me divertir. Ter ficado em segundo lugar é como se fosse uma vitória. Estou muito, muito feliz”, festejou a ‘Fadinha’, como é conhecida a skatista de 11 anos. 
Como o evento dá 80 mil pontos ao campeão no ranking olímpico, os vencedores da etapa dão um passo importante para representar seu país nos Jogos de Tóquio-2020, no Japão. Dessa forma, Pamela e Rayssa deram um passo grande para garantir a presença na Olimpíada.
Rayssa Leal atrai holofotes e por isso tem bons patrocínios, como Monster, Nike e BV, e poderá disputar a Olimpíada, caso se classifique, porque não existe idade mínima para sua modalidade. Atualmente, está em segundo no ranking mundial, atrás apenas da amiga Pâmela Rosa, também brasileira. As duas estão à frente de Leticia Bufoni, considerada a melhor da modalidade, outra brasileira.
“Eu comecei a andar com o apoio dos meus pais, mas muitas pessoas da minha família queriam que eu parasse. Comecei a andar com minha prima, mas ela parou por causa do preconceito. Eu nunca deixei isso entrar na minha cabeça, para não desanimar. Por isso digo para as outras meninas nunca desistirem dos sonhos, mesmo que ninguém dê apoio”, afirma.
Rayssa viajou de volta a Imperatriz logo que terminou o certame, tendo em vista que ontem tinha prova de Matemática e Português em sua escola. Rayssa cursa o 6° ano do ensino fundamental.