Topógrafos no centro do gramado do DNER com equipamentos de sondagem da área

O campo do DNER existe há mais de cinquenta anos, desde que a área foi doada pelo município, ainda nos tempos da Rodobrás, que depois passou a ser Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) e atualmente Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DENIT).
O campo passou por várias fases, desde quando era apenas um peladão - com parte da chamada grama de burro e outra de areia - até agora, quando o que se vê por lá é um verdadeiro tapete verde.
Os peladeiros do DNER praticamente são os mesmos de 50 anos atrás, que sempre jogaram suas peladas por lá, passando de geração em geração. Para se ter uma ideia, entre os peladeiros há pessoas que já passaram da faixa dos 75 anos. De mais de 60, são vários. Mas o campo do DNER não serve apenas aos mais velhos, lá também é local de treinamento de escolinhas, bem como palco de grandes eventos esportivos, com decisões de competições de futebol e até soçaite.
O campo do DNER tem uma história que talvez não seja do conhecimento de quem mandou destruí-lo para que seja erguido o prédio do TRT. Caso essa pessoa tivesse conhecimento da história, certamente não mandaria suas máquinas.
Segundo Tomé, que é diretor da Associação dos Peladeiros do DNER – daí a importância do campo para eles, pois até uma associação foi criada –, os peladeiros não têm nada contra a construção do prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que é de fundamental importância para o desenvolvimento da região. “Nada contra. O que não queremos é que o prédio seja construído justamente sobre o campo”, argumentou Tomé.
Inclusive, foi colocado um outro local que não seja o campo, na mesma área do DNER, mas não foi aceito. Foi definido que o prédio será construído no campo.
Os peladeiros vão lutar até o fim. Ontem, topógrafos de uma empresa construtora foram para o local, momento em que foi feita a manifestação.
O advogado João Jacob Said, também peladeiro antigo, cedeu uma área para o TRT, mas não quiseram. A mesma coisa aconteceu com o advogado Antonio Torres, que cedeu uma área do mesmo tamanho e que, inclusive, fica próximo de onde há outros órgãos da Justiça do Trabalho, mas também não aceitaram.