Nascido em Caxias em 19 de outubro de 1937, João Castelo Ribeiro Gonçalves faleceu no domingo, 11 de dezembro, aos 79 anos. Deputado federal eleito pela primeira vez em 1970, Castelo seria novamente deputado por mais quatro mandatos. Ter sido governador, senador e prefeito de São Luís complementa sua biografia política.

Em política, costuma-se dizer que se vão os fatos, ficam-se as versões. Com João Castelo não. Dele, deve-se dizer que sua obra, ou melhor, o conjunto dela, representa a edificação de seu nome ao longo de 50 anos de atividade em prol do Maranhão e de sua gente.

Escolhido governador em 1978, o filho de dona Maria Antonieta e Tales do Amarante deu sua contribuição para sepultar de vez o vitorinismo ao suceder Nunes Freire. No exercício do cargo, seu governo fez a diferença, em obras. 

O Maranhão passou a ser governado por um obreiro. Para os padrões da época, o Maiobão e a Cidade Operária, mais que dois grandes conjuntos habitacionais, a percepção era de que duas cidades estavam sendo construídas. Foi em seu governo a construção de boa parte do Cohatrac e notadamente, o Castelão, o Italuís e o Programa Bom Preço, o Hospital dos Servidores, a Casa do Trabalhador...

Jovem, governador aos 41 anos, João Castelo costumava dizer que tinha visão de mundo. “É preciso romper fronteiras”, afirmava para avançar levando obras Maranhão afora. Não é exagero afirmar ter sido Castelo o primeiro governador a perceber que o Maranhão era mais que a capital, São Luís. Que tinha o Maranhão outras cidades e outra gente além da Ilha.

Entre nós, os mais antigos costumam afirmar que foi o grande prefeito que Imperatriz jamais teve. A prefeitura, hoje Palácio Renato Moreira, o Fórum Henrique de La Rocque e o Hospital Regional, além da primeira reforma no estádio que deu formato ao Frei Epifânio da Badia, são obras do tempo em que era governador. Imperatriz é testemunha de seu gênio, polêmico, carismático e espirituoso. Além disso, limpou e asfaltou ruas.

Esse estilo de ser João Castelo soube firmar no Maranhão em todos os cantos, conquistando famílias inteiras de eleitores, gratas ao seu estilo de administrar. Demonstra bem esse carinho e essa gratidão, sua volta à vida partidária. Depois de oito anos afastado do Congresso Nacional, emergiu das eleições de 2002 como o deputado federal mais votado e o primeiro do Maranhão a romper a barreira dos cem mil. Exatos 123.474 votos.

Com sua partida, João Castelo leva grande parte da história mais importante do nosso Estado, é de sua atuação como homem público por cinquenta anos que deixa um legado para o futuro que só engrandece o Maranhão. Na ponte para o futuro, o passado é que constitui a história. Não é exagero a afirmação de que Castelo foi, um entre dois, dos melhores governadores.