Mais um aniversário. Eventos, bolo e a pergunta de todos os anos: Imperatriz tem o que comemorar? Claro que sim! Não com tanto entusiasmo como deveria ser, mas há motivos para que neste domingo celebremos data tão importante, cravada no calendário com a chegada de Frei Manoel Procópio em 16 de julho de 1852 e a fundação da Povoação de Santa Teresa do Tocantins, que depois passou a se chamar Vila Nova de Imperatriz e, por fim, Imperatriz.
São, portanto, 165 anos de fundação. Muito tempo. Imperatriz hoje é uma metrópole, a capital de uma região que abrange não apenas parte do Maranhão, mas também do Tocantins e do Pará. Cresceu sob o ciclo da madeira e do arroz. Hoje é forte no comércio e na prestação de serviços, e transformou-se em um polo universitário.
São muitos os avanços.
Mas ainda deixa a desejar em vários aspectos, como na área de saneamento básico. Imperatriz é servida de apenas 25% de rede de esgoto. No centro da cidade ainda se vê falta desse benefício. Pavimenta-se ruas sem fazer a rede de esgoto doméstico e de águas pluviais.
Também não existe o tratamento do esgoto, jogado in natura no rio Tocantins, um crime ambiental que há décadas é cometido sob o olhar complacente das autoridades responsáveis. Recentemente, O PROGRESSO alertou para a ameaça da qualidade da água do rio para o consumo, baseado em estudos que estão sendo feitos por pesquisadores da Uemasul.
Os riachos que cortam a cidade, outrora de águas límpidas, hoje são canais de dejetos despejados das casas às suas margens, provocando um mau cheiro e doenças. Exemplos são o Bacuri, Santa Teresa e Capivara.
O abastecimento de água potável é péssimo. Abrange uma parcela insignificante da população. E as áreas que têm o benefício, sofrem com constantes interrupções do fornecimento, ora por problema nas bombas, ora pelo nível baixo do rio e também por falta de eficiência da estatal Caema.
A falta de saneamento é um atentado à saúde pública. As pessoas, especialmente crianças, ficam expostas a vários tipos de doenças. É um problema crônico não apenas em Imperatriz, mas em todo o Brasil.
Imperatriz também precisa melhorar a mobilidade urbana. Não foi planejada para o futuro. O trânsito está caótico. A omissão do poder público permitiu que calçadas e laterais de ruas fossem ocupadas por vendedores ambulantes.
Não há preservação do patrimônio histórico e cultural. Também há falta de consciência da população. Precisamos fazer a nossa parte. Cobrar das autoridades, sim, mas também ajudar a construir a cidade e a preservá-la.
Apesar das carências e das coisas que insistem em andar na contramão do desenvolvimento e da história, nossa Imperatriz é boa de viver. É generosa com seus filhos e aqueles que a adotam, diariamente, vindos de todos os rincões do País. Nós temos a obrigação de tratá-la melhor.
Parabéns, terra abençoada por Santa Teresa d´Ávila!
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