A Câmara Municipal de Imperatriz está discutindo alteração na chamada Lei dos Táxis e, pela manifestação da maioria dos vereadores durante sessão realizada na semana passada, o projeto deverá ser aprovado. A mudança provoca a legalização do serviço de táxi-lotação, uma medida polêmica que agrada a uns e desagrada a outros, além de gerar graves consequências.   

Se for feita uma pesquisa, certamente a maioria da população será favorável ao serviço de táxi-lotação. Mas antes de sua legalização deveria ser pensada a forma de funcionamento e o seu reflexo junto ao sistema de transporte coletivo. Além disso, primeiro é preciso organizar o trânsito da cidade e o próprio serviço de transporte de passageiro, seja em relação a ônibus, mototáxi, van ou mesmo táxi-lotação, já em prática há um bom tempo, embora o combate feito pela Setran.

A legalização seria um golpe duro na empresa de transportes coletivos, que admitiu encerrar as suas atividades caso a Câmara bata o martelo favorável ao táxi-lotação. E quem depende de ônibus iria ser o grande penalizado, mesmo não tendo um serviço de qualidade. Mas prevaleceria o velho ditado de “ruim com ele, pior sem ele”.

Além do mais, está em jogo a questão social e econômica. O fim operacional da empresa iria provocar demissões de motoristas, mecânicos e funcionários da área burocrática. Também atingiria lojas de peças.

Há, ainda, uma questão importante para a qual os vereadores estão fechando os olhos. Os ônibus são obrigados a transportar de graça aposentados, militares, agentes de saúde, mulheres grávidas, portadores de necessidades especiais e cobram somente meia passagem dos estudantes. E aí é que vem o inevitável questionamento: o táxi-lotação terá a mesma obrigação? Não! A Câmara Municipal não demonstra preocupação com isso, porque não existe nada relacionado no projeto em discussão.

Ressalta-se aqui que não estamos nos posicionando contra o serviço de táxi-lotação. O que não se pode é deixar de questionar pontos importantes que os vereadores precisam levar em consideração. O serviço “elimina” o transporte coletivo e suas vantagens oferecidas aos usuários contemplados com a gratuidade da passagem.

O projeto ainda se encontra dependendo de parecer da Comissão de Transportes para ser levado a plenário e votação. Portanto, ainda há tempo para os vereadores aprofundarem as discussões e tomarem medidas corretas para que outras partes não paguem caro pelo que ora está se desenhando sem a mínima preocupação de quem deveria proporcionar situações melhores para a população.

Que prevaleça o bom senso...