Infelizmente o ser humano parece que só vê o perigo quando tragédias acontecem. Ontem, 1º de setembro, um grande incêndio ocorreu em lojas de peças e acessórios para autos, levando por água abaixo muitos sonhos e esperanças, lutas diárias de toda uma vida de famílias inteiras.
E de quem é a culpa? É verdade que nestas horas não adianta penalizar esta ou outra autoridade pelo ocorrido, mas algumas ponderações terão que ser feitas. Se não evitadas, tragédias deste tipo poderiam ter sido minimizadas.
Imperatriz é a segunda maior cidade do Estado do Maranhão. São 247.505 habitantes, segundo o Censo 2010... e se encontra totalmente despreparada e desprotegida para eventos de tal magnitude. Fato comprovado ontem.
O Grupamento de Bombeiros, aqui sediado, se por um lado se mostrou eficiente, do ponto de vista de recursos humanos, por outro, esbarrou na precariedade, quantidade e imprestabilidade da maior parte de seus equipamentos. É inadmissível que uma cidade do porte de Imperatriz tenha apenas dois caminhões de aproximadamente 2.000 e 5.000 litros em funcionamento. Na tragédia de ontem, quando esses equipamentos saíam do local para captar mais água, o fogo, novamente, tomava grandes proporções. E a isso, unia-se o caótico trânsito na BR-010, sem que nenhuma autoridade do trânsito comparecesse para orientá-lo.
Foi demorada a decisão em pedir ajuda a outros órgãos, como a Infraero e empresas da construção civil, as quais prontamente atenderam à solicitação disponibilizando seus equipamentos; mas quando aconteceu a tragédia já estava consolidada.
Via-se no rosto das pessoas um misto de espanto, dor e solidariedade. Pessoas ajudaram, derrubaram as portas das lojas para, juntamente com seus proprietários, retirarem seus estoques a fim de salvar, pelo menos, o necessário para o novo recomeço dos velhos sonhos. Aos que perderam tudo, resta contar, apenas, consigo mesmo para ressurgirem das cinzas.
Tragédias como esta acontecem em Tóquio, São Paulo e, também, aqui em Imperatriz, interior do Maranhão. O fogo não escolhe cidade nem local.
Nós é que temos que nos preparar para tragédias como esta, pois isso não depende, apenas, daqueles que são preparados e pagos para cumprir essa obrigação. Depende mais de nossas ações, como cidadãos em exigirmos, dos nossos governantes, que nos respeitem mais. Que tenham mais consideração com esta terra que sempre lhes deu muito.
Sinceramente desejamos que tudo isto sirva de lição e que desgraças como esta, que por um milagre de Deus não nos legou nenhuma vítima fatal, não se repitam mais, em nossa cidade, por falta de estrutura daqueles que deveriam, por obrigação, estar estruturados para combatê-las.
Esperamos que o Governo do Maranhão tome consciência de suas obrigações, e as cumpra.
E aí sim, nossos sonhos não mais irão por água abaixo.
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