É inegável o esforço do Governo do Maranhão para reorganizar o sistema de segurança pública e diminuir os alarmantes índices de violência que marcaram o estado nos últimos tempos, especialmente nas grandes cidades. Mas é inegável que a luz que se vê no fim do túnel ainda está longe. Em Imperatriz, por exemplo, os casos de violência ainda assustam.
Até ontem, haviam sido registrados 7 assassinatos em junho. Pode ser um número normal, diante do tamanho da população. Esquecendo-se dos duvidosos números do IBGE, o número de habitantes em Imperatriz pode passar de 300 mil, isso sem falar em milhares de pessoas que vêm diariamente das cidades da região, não apenas do Maranhão, mas do Tocantins e Pará.
Mas a violência não se restringe apenas a homicídios. A todo instante ocorrem casos de assaltos. E o mais grave, muitos com tentativa de latrocínio, o chamado roubo seguido de morte. Os casos mais recentes e de maior repercussão tiveram como vítimas o odontólogo Giovanni Guerra e o empresário Lucas Ezir. Escaparam milagrosamente, graças a Deus. “Nasci de novo!”, afirmou Giovanni.
Acuada, a população sente um clima de impunidade e, às vezes, se acha no direito de fazer justiça com as próprias mãos. Há poucos dias houve um caso de linchamento. Isso é preocupante. A única justiça que cabe é a do próprio Poder Judiciário. Por mais que se sinta desprotegido, o cidadão não pode chegar ao extremo de tirar a vida de outro. Até mesmo porque violência gera violência.
Assim, instala-se a lei de talião, o “olho por olho, dente por dente”. É um perigo. Recorda-se que há pouco tempo uma senhora foi linchada em São Paulo. Era inocente! Portanto, além de ser um ato brutal e totalmente ilegal, ainda pode vitimar inocentes.
O linchamento precisa ser combatido com rigor. Temos que acreditar nos aparelhos policial e judicial, aos quais cabe tomar as medidas de acordo com o que cada caso requer.
A nós, cidadãos, resta-nos a obrigação de cobrar justiça e exigir das autoridades competentes os mecanismos para que o problema da violência seja amenizado. Acabar não vai. Nem em Imperatriz ou outro lugar do mundo. Mas reduzir o nível é possível.
O governador Flávio tem procurado equipar melhor os quartéis de Imperatriz, com veículos, armas e homens. Muitos aprovados no concurso já foram chamados e já se prevê novo certamente para aumentar o efetivo.
Mas só isso basta? Não estaria faltando um maior planejamento para melhorar a atuação da Polícia e inibir as ações dos marginais e uma lei mais rígida? Há de se ressaltar o empenho da Polícia, especialmente da Militar, a quem cabe o trabalho preventivo. Muitas prisões são feitas, porém nem todos os acusados permanecem presos por muito tempo.
Antes, dizia-se que os bandidos que agiam em Imperatriz não passavam de um grupo. Eram os mesmos que passavam nos xadrezes toda semana. Eram presos, uma semana depois estavam soltos e logo em seguida de volta às grades. Agora é bandido que “gente besta não conta”. Estarrecedor ver duas jovens, uma menor de idade, com revólver em punho praticando assaltos.
Está claro que combater violência apenas com polícia não adianta. Há a necessidade de se investir maciçamente em políticas públicas para termos a esperança de que um dia a violência seja derrotada.
Comentários