Esta semana foi fechada com mais uma bomba explodindo na área da saúde pública de Imperatriz. O rombo, a princípio anunciado como sendo de R$ 25 milhões, agora totaliza R$ 37,3 milhões. A revelação foi feita pelo prefeito Assis Ramos, ao ser “encurralado” pelas cobranças e ameaça de paralisação no atendimento de pacientes com doença renal pela clínica prestadora de serviço.

O saldo encontrado em caixa, no dia 1º de janeiro, foi de R$ 7.516.031,74 e as contas dos “restos a pagar” somavam R$ 32.573.418,18, ficando um déficit de R$ 25 milhões. Mas no decorrer do mês de janeiro, outras contas foram aparecendo (mais R$ 12.366.511,02), totalizando o rombo de R$ 37 milhões.

Como se vê, o buraco aumenta e a prefeitura não tem condições de tapá-lo, pois os recursos mal dão para pagar as contas que chegam a cada mês. O Município precisaria de uma ajuda estadual e federal para colocar em dia as suas obrigações junto aos prestadores de serviços. Mas, com a situação em que se encontra o País, não se vê uma luz no fim do túnel, infelizmente.

Diante da situação de tamanha gravidade, continuamos a entender que o caminho para iniciar um processo de reestruturação do sistema de saúde ainda seria a abertura de uma CPI pela Câmara Municipal, conforme já propôs o vereador Hamilton Miranda. Tudo seria esclarecido e até serviria para tirar dúvidas em relação aos procedimentos da administração passada, isentando-a de supostas irregularidades e respaldar o atual gestor da responsabilidade legal para a resolução do problema.

O problema também necessita do empenho do Ministério Público, cuja atribuição é defender os interesses da sociedade, fiscalizando e solicitando à Justiça a aplicação da lei. Ressalte-se que o prefeito Assis Ramos já anunciou que vai encaminhar representações aos órgãos competentes, exatamente o Ministério Público e o Poder Judiciário. A extrema gravidade exige providências urgentes para solucioná-lo, até porque a população não pode ficar à mercê de atendimentos precários nas casas de saúde, inclusive, sob a ameaça da suspensão de atendimentos.

Como exemplo, a CDR, clínica que realiza serviço de hemodiálise, emitiu nota anunciando a possibilidade de interrupção no tratamento, sob a alegação que está há mais de 90 dias sem receber pagamento, levando a empresa a acumular débitos com os fornecedores. Como efeito dominó, estes já suspenderam o fornecimento de insumos indispensáveis para os procedimentos de hemodiálise.

A questão da saúde, tema predominante em todas as sessões da Câmara Municipal, está, também, sendo nossa principal pauta para “Editoriais” do mês, porque hoje se constitui no mais grave dos problemas enfrentados pela cidade e carece de soluções urgentes.  

Como já foi dito, doença não tem dia... a morte não espera e a nossa vida está em jogo!