A violência não está apenas nas mãos dos bandidos. Está, também, nas mãos de motoristas. É a violência no trânsito. Em Imperatriz, chega a ser alarmante o índice de acidentes. Registros do SAMU indicam que em quatro meses aconteceram 758 acidentes. Em maio foram 188. Mas os números poderiam ser maiores, pois muitos casos ficam fora das estatísticas porque não há gravidade e o SAMU não é acionado. São apenas danos materiais, sem feridos. 

Mas o que motiva tantos acidentes nas ruas de Imperatriz? Falta de sinalização, imprudência, embriaguez alcoólica? O trânsito é conturbado, precisa de organização. Mas é inegável que melhorou nos últimos tempos. No Centro, principalmente, não se pode reclamar. Há, sim, reclamação de muitos de que nas avenidas há “semáforos demais”, sem “necessidade”.

Um dado interessante é que boa parte dos casos acontece em locais sinalizados. Então, de quem é a culpa? Evidentemente, do condutor. Há a falta de atenção e/ou a pressa, levando o condutor a avançar a preferencial e causar o acidente.

Mas não é só a imprudência a maior causa das ocorrências. Há também a embriaguez ao volante, responsável por muitos acidentes. O Ministério da Saúde divulgou, há pouco tempo, um levantamento apontando que uma em cada cinco vítimas de trânsito, atendidas nos prontos-socorros de hospitais públicos brasileiros, ingeriram bebida alcoólica.

Está faltando uma punição mais rígida para se combater essa grave situação. As regras atuais parecem não intimidar ninguém. O infrator é preso, paga fiança e vai para casa. Depois vai responder a processo que, se resultar em alguma punição, essa não é a cadeia.

Felizmente, há um dado para nos conformar no triste quadro do trânsito: o índice de óbitos é baixo, proporcionalmente ao número de acidentes. Mas, ao mesmo tempo, preocupam as sequelas que ficam, muitas causando amputações e invalidez.

Os acidentes também ajudam a proporcionar um estrangulamento do sistema de saúde pública, uma vez que os leitos cheios de pessoas acidentadas ocupam espaços que deveriam ser para outros enfermos e elevando os custos de manutenção dos hospitais. Os impactos dos acidentes nos gastos são enormes. No Piauí, por exemplo, mais de 14% de toda a verba da saúde do Piauí é gasta com vítimas de acidentes de trânsito.

É preciso que sejam tomadas medidas mais eficazes para frear os altos índices de acidentes. As constantes campanhas educativas parecem não sensibilizar os motoristas. É como passar “sebo na venta de gato”.

Sejamos prudentes no trânsito. O sinal verde da vida agradece...