Ao contrário do que faziam os líderes romanos para manter o povo fiel às suas ordens, o gestor público não pode dar apenas “pão e circo” para os munícipes, como ainda acontece em muitos lugares. É preciso oferecer educação, saúde, segurança, infraestrutura e outras prioridades.

Mas se der, também, o “pão e circo”, o povo não vai se zangar, aliás, gosta muito. Temos ouvido nos últimos dias muitas queixas e críticas contra a administração de Imperatriz, porque não promoverá o tradicional réveillon na Beira-Rio, com apresentação de bandas e outras atrações. Mas o Estado assumiu a realização do evento.

Isso mostra claramente que o povo quer, também, a diversão, afinal não é de ferro para viver o ano todo “ralando” e não ter seu momento de alegria para descarregar o estresse.

Entretanto, devemos ter, também, bom senso e analisar que o momento do país é grave, não havendo clima para que haja gastos com o que poderia ficar para depois, afinal não custa nada esperar mais um pouco por aquilo que certamente não é a prioridade da sua vida.

Num passado não muito distante, Imperatriz experimentou uma administração que não deixou saudades, tanto que seus responsáveis caíram no ostracismo, enterrando uma carreira política meteórica que surgiu como uma grande esperança para a terra fundada por Frei Manoel Procópio.

Mas a administração é lembrada, pelo menos por um lado “bom”. Festa era o que não faltava. Carnaval era com trios elétricos e bandas famosas. Bacana! O povo gostava do “pão e circo”. Mas e o restante das coisas, as principais, como educação, saúde, infraestrutura, salários melhores e em dia?

No momento, a prefeitura “se vira nos 30” para deixar os salários dos servidores em dia até o apagar das luzes da atual gestão, que se encerra no dia 31 de dezembro depois de oito anos. Então, teve que esquecer “réveillon” para atender prioridades.

O bom seria que fizesse as duas coisas. Mas, como não pode, prioriza-se o necessário. Vale ressaltar que promoções festivas não só alegram o povo, como oxigenam o mercado do turismo, com reflexos na rede hoteleira e de restaurantes, por exemplo.

Na época carnavalesca, muitas pessoas deixaram de vir para Imperatriz e daqui saía um número significativo para outras cidades, algumas não muito distantes e sem a mesma importância, como Barra do Corda e Porto Franco. Mas a diferença é que nelas há o que “curtir” na festa momesca. Um carnaval sem pompas, porém chama o folião de fora. 

Não é preciso dizer que o turismo tem grande importância na economia mundial. Aumenta o consumo, a produção e, consequentemente, gera renda e emprego.

Que a situação de hoje em Imperatriz sirva de reflexão para o próximo gestor.