Costuma-se dizer que Imperatriz é a cidade do “já teve”, porque a cada ano perde alguma coisa importante, seja na área econômica, social ou cultural. Recentemente, perdeu agências bancárias, voos e até a Seccional da Procuradoria Nacional da Fazenda, um prejuízo enorme para a população e contrastando com o que tanto pregam sobre o desenvolvimento da cidade.

As perdas sofridas por Imperatriz, em parte, se devem à falta de representação política em Brasília para brigar pelos nossos interesses. Segundo município do estado e com 156 mil eleitores, está órfã na política. Não tem um deputado federal, enquanto que cidades infinitamente inferiores têm seu representante no Congresso Nacional, o que nos causa vergonha ou mesmo inveja.

Estamos nos limitando apenas a Imperatriz, porque poderia ser mais abrangente. É, na verdade, a região tocantina que não tem um representante. E não somente Imperatriz.

Como isso pode acontecer? Primeiro, porque há culpa dos próprios partidos, que lançam um número exagerado de candidatos, o que acaba pulverizando os votos. Também há a dificuldade das lideranças em conquistar votos fora. Como se diz, não conseguem passar da ponte do Cacau. Além do mais, boa parte do eleitorado prefere os candidatos chamados de “paraquedistas”.

O resultado disso é o que se vê hoje, com Imperatriz sem força política para combater as injustiças que vem sofrendo. Os atuais deputados pouco compromisso têm com a cidade, porque os seus esforços são direcionados para as regiões que lhe dão maior sustentação eleitoral. Os votos que aqui ganharam foram frutos de acertos financeiros com lideranças, que “vendem” os eleitores como se fossem mercadorias.

Para as eleições de 2018, as previsões não são animadoras. Os políticos com maior potencial de votos podem ficar fora da disputa por cadeiras da Câmara Federal. O ex-prefeito Ildon Marques não demonstra interesse em concorrer mais. A ex-candidata a prefeita Rosângela Curado estaria decidida a ser candidata a deputada estadual. O secretário de Estado da Infraestrutura, Clayton Noleto, deve ser escolhido pelo partido para estar à frente da campanha de reeleição do governador Flávio Dino.

Sobraria o ex-prefeito Sebastião Madeira. Mas ainda não é certa a sua candidatura à Câmara. Ele pode ser candidato ao Senado ou mesmo a vice-governador. Isso sem falar na possibilidade do surgimento de uma inelegibilidade em decorrência de ações na Justiça.
 
Como se vê, há um futuro político sombrio. A cidade está regredindo. Já teve governador e também senador, mesmo sendo por alguns meses, mas muito para o nada de hoje. Zeramos.

É preciso que os partidos e líderes comecem a repensar a forma de fazer política, porque a continuar a mediocridade atual, estaremos fadados a permanecer sem representantes para impedir que nos tirem o pouco que temos e que também nos traga o que ainda falta.

Agora, não depende apenas dos políticos. Nós, eleitores, que temos uma arma poderosa, o voto, também precisamos fazer a nossa parte.