Todos sabem que relacionamento é tudo. Abre portas a ponto de que "mais vale um amigo na praça que dinheiro no bolso". Por mais figurativo que possa ser, tem sua valia, seus fundamentos, mesmo na seara da administração pública, onde tudo funciona na base de recursos. Aqui, duas situações: os repasses constitucionais tipo FPM, SUS, FUNDEB que são garantidos por lei e as verbas oriundas de emendas parlamentares. Para essa última, além dos interesses que regem as alianças políticas, o bom relacionamento vale.
Prefeitos costumam andar com o pires na mão, e reclamar que este está sempre vazio. Visto que as necessidades surgem todos os dias, e se impõem na superação do que é possível fazer, a reclamação faz sentido. Deixa de fazer, no entanto, quando se joga fora a construção das relações, ou no mínimo, a possibilidade delas.
É a título dessa possibilidade, de construir relações que registramos aqui nossa estranheza ao baixo número, quase inexistência de prefeitos presentes durante a realização da XI Reunião Ampliada do Colegiado de Deputados do Parlamento Amazônico, realizada na quinta-feira em Imperatriz. Da mesma maneira que muitos políticos separam a relação com o eleitor em dois tempos: o antes e o depois, tempo esse representado pela campanha e posse, quando se muda a atitude e aparece o distanciamento que o mortal eleitor classifica como decepção, também para aquele evento, existe o joio e o trigo. Tudo bem, não haveria ali, a assinatura de convênios, muitos menos a liberação de verbas, sequer a promessa delas. Convênios, verbas, até promessas, funcionam como adrenalina a subir nos ares, correr rodovias. O 'gergelim' é um forte combustível. Mas sua realização significava a ampliação da área de relacionamentos que todo gestor público deve cultivar. Advém daí, no mínimo, novos conhecimentos.
A ausência além da clara manifestação de desinteresse aponta que quem não compareceu perdeu mais que a proposta de um tema recorrente entre nós, que é o Maranhão do Sul, a criação de novos municípios e... mais ainda, recursos para a educação. Desenvolvimento significa alguma coisa? De reuniões assim, simpósios, é que se começa. Nada explica a ausência dos gestores a um evento que até aqui foi o mais importante realizado por toda a região. Muxoxos à parte é necessário entender que tudo que acontece em Imperatriz interessa, porque afeta os municípios vizinhos.
De resto é preciso dizer-se, e todos o dizem, que a Região Tocantina com seus mais de 500 mil eleitores poderia ter tantos deputados estaduais, tantos deputados federais e quiçá, um senador. Todos reclamam por não tê-los. É por demais conhecida a nossa falta de representatividade política que causa prejuízos de toda ordem à nossa população, seja na saúde, na educação, na segurança pública, na mobilidade urbana, na captação de novos investimentos. Tá explicado, se nem os prefeitos, por quem começa a representação das comunidades não se interessam, quem haverá de…
- Tudo que nos resta é a omissão e a exclusão. Uma é consequência da outra.
Comentários