Morrer aos 58 anos é morrer jovem demais, nesta jornada da vida sem prazo de validade para viver. Só nos é dado prazo para nascer. Do nascer e viver pela graça de Deus, a vida se constrói com a parte do ser, pelas escolhas que cada um faz para respaldar sua existência.
No início da madrugada do dia 06, aos 48 minutos do domingo, Jonas Ribeiro, que lutava pacientemente contra os problemas renais que lhe afligiam a saúde, deixou-nos. Partiu, sem despedidas. Porque despede-se quem carrega certezas. Jonas carregava esperança e nessa, o dia seguinte é a expectativa. O PROGRESSO perde um colaborador dedicado e Imperatriz, uma pessoa digna. Verdadeiramente cidadão.
Ao longo da sua trajetória, das páginas de O PROGRESSO, sua primeira e sólida morada, foi na imprensa escrita que Jonas Ribeiro consolidou um testamento que não se apaga. O entusiasmo inicial do filho de Raimundo e Lourdes Ribeiro, família tradicional, que deixou sua cidade em busca de um diploma em Administração, nunca utilizado, continuou ao seu retorno, agora em busca de uma inserção a criar amplitude, promovendo em Imperatriz a divulgação social de suas damas e de seus cavalheiros.
De suas festas, o glamour. O convite criterioso, seletivo, na construção de um círculo a cada dia mais representativo, nem sempre pelo poder financeiro, mas pela construção fraterna, onde a solidariedade se fazia representar. Essa, uma sua característica que carregou vida a dentro. Nada de frequência transitória. Seu grupo, seu círculo tinha nomes de A a Z. Ter não era garantia de presença. Ser abria alas.
Jonas Ribeiro convidava e recebia como ninguém. Soube transitar entre gerações. Suas iniciativas, tipo escolha da Rainha do Carnaval, marcaram época. O Baile Vermelho e Preto... A realização dos chás e “happy hour” beneficentes. Sua apresentação social na TV Mirante e na TV Nativa.
Agora, sem o personagem, já não existe presente e o que mais importa é a presença, seu alicerce, já que firme é o passado, onde página a página, dia após dia, Jonas, Joninhas, Jonas Ribeiro fez sua parte. Fez passar pela linha da escrita, acontecimentos e personagens, contribuindo e construindo a história. É do passado que nos vem o testemunho do futuro.
A Comenda Frei Manoel Procópio e tantas outras homenagens em Congressos por diversos estados, suas viagens e os inúmeros amigos conquistados por onde andou não deixam dúvidas: Jonas Ribeiro Soares Neto soube se tornar um Colunista Social. Um ser onde o maior valor foi saber ser humano. Não poderia ser diferente. A multidão que frequentou sua residência quando a notícia aflorou e que o acompanhou a sua morada terrena, o cemitério São João Batista, demonstra o quanto era querido.
05 de janeiro de 1987 a 05 de agosto de 2017. Lá se vão mais de 30 anos de colunismo social. Bem feitos. Com a verve dos colunistas que se prezam. Além da educação, do caráter e da amizade, o colunista carregava uma outra qualidade, essa rara, muito rara, a simplicidade. Jonas Ribeiro viveu a vida dos justos, dos que como bem assinalou Santo Agostinho: tinha fé, a ponto de assinar uma folha em branco para que Deus nela escrevesse o que quisesse.
Escrever por 30 anos é uma longa trajetória. É uma Vida. Eterna.
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