Imperatriz já viveu o ciclo do arroz e da madeira, principais sustentáculos da economia do município e região por muitas décadas. Também foi beneficiada pelo ciclo da castanha do Pará e do ouro de Serra Pelada. Mas, paralelamente a isso tudo, estava o comércio, irrigado pelos compradores do sul do Pará, norte do Goiás, o famoso Bico do Papagaio, além, claro, do sul do Maranhão.
Acabaram-se esses ciclos e ficou apenas o comércio. Aliando-se à atividade comercial, foi aparecendo a prestação de serviços. Hoje, são os pilares de sustentação econômica desta cidade de 164 anos, completados no último dia 16.
Entretanto, o crescimento da cidade exige mais do que isso. Imperatriz precisa de indústrias. Hoje, em época de crise, o comércio está cambaleando, e como é a máquina que move esta metrópole, a população sente o peso das dificuldades que o cenário decadente produz.
É verdade que a crise é nacional, portanto Imperatriz não poderia ficar de fora, mas centralizada apenas em uma ou duas atividades econômicas, a situação se agrava. Com o comércio travado, os outros setores se retraem.
Para que tenhamos uma ideia do quadro, há quarteirão em que existem até quatro imóveis com placas de “vende-se” e “aluga-se”. Os valores despencaram, especialmente se comparando à época em que o setor imobiliário bombou com o movimento da construção da fábrica da Suzano.
Portanto, há a necessidade de se criar mais meios de fortalecimento econômico da cidade. E um deles é, principalmente, a industrialização, com empresas de grande porte, como a Suzano. Até o importante setor moveleiro está virando coisa do passado. Faliu, como disse um empresário do ramo. Imperatriz já esteve entre os 10 principais polos moveleiros do país.
É inegável que o município tem recebido muitos benefícios do poder público. São muitas obras sendo construídas pelos governos estadual e municipal, Mas as necessidades não se resumem somente em cimento e asfalto.
Há a necessidade de se fomentar a industrialização da cidade e entorno, oferecendo incentivos fiscais e outros benefícios para que empresas sejam atraídas e haja interesse de se instalarem aqui. Assim aconteceu com a Suzana, em que a participação do Estado foi importante. O empreendedor não investe em uma cidade apenas por ser bonita ou para agradar seus habitantes e/ou autoridades.
Imperatriz oferece todas as condições de infraestrutura. É privilegiada pela sua localização geográfica e servida de rodovias e ferrovia.
Sexta-feira, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, lançou em São Luís o Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE) e o Programa Brasil Mais Produtivo, com a participação da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA).
Em 2015, o Maranhão foi 13º exportador entre os estados brasileiros e o segundo da Região Nordeste, respondendo por 17,6% do total de vendas externas regionais.
Está aí um momento para servir de injeção de ânimo para que as nossas autoridades passem a se preocupar com a industrialização, não apenas de Imperatriz, mas de todo o Maranhão. Assim, seremos mais fortes!
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