Costuma-se dizer, em tom de gozação, que Imperatriz é a “cidade do já teve”. Mas é verdade, mesmo. Pode-se enumerar muitas coisas que “sumiram”, nas mais diversas áreas, como econômica, cultural, esportiva e até em termos de representação política.

Mas perder um cinema, pois já tivemos seis, deixar de ter voos de uma empresa, fechar lojas, ficar apenas com um time profissional e ter reduzido o número de representantes nos parlamentos poderiam ser encarados até como normal, porque não é um “privilégio” unicamente de Imperatriz.

Agora, ser “cidade do já teve” até em relação à área judicial, já estaremos estourando os limites. E a cidade está propensa a isso. Espanta-nos a informação sobre a grande possibilidade de o Fórum da Justiça do Trabalho fechar as portas em Imperatriz. Inacreditável!

A notícia, dada em primeira mão por O PROGRESSO, sexta-feira, causou grande repercussão. Quem imaginaria um dia um Fórum de Justiça chegar a esse ponto? Impensável.

Já pensou, caro leitor, que prejuízos teremos?! Não somente Imperatriz, mas várias outras cidades da jurisdição do Fórum Manoel Alfredo Martins e Rocha, como Amarante do Maranhão, Buritirana, Davinópolis, Governador Edison Lobão, João Lisboa, Montes Altos, Ribamar Fiquene, Senador La Rocque e Sítio Novo. Para onde vão os trabalhadores e empregadores destes municípios resolver as suas questões?

“Como será se um trabalhador chegar aqui e encontrar as portas da Justiça do Trabalho fechadas?”, interroga a juíza da 1ª Vara do Trabalho, Liliane Lima. O presidente da Comissão do Direito Trabalhista da OAB-Imperatriz, Adriano Pinto, expõe a sua preocupação: “A tendência é que muitas empresas, que só cumprem a Legislação porque existe a Justiça do Trabalho, deixem de cumprir e isso acarreta em um efeito dominó”.

O revés que está se desenhando é por causa de uma herança maldita deixada pela administração federal, comandada pelo PT, que desmontou as instituições públicas com medidas político-administrativas descabidas e a destruição da saúde econômica do País, que está “adoecendo” e “matando” não apenas o setor público, mas principalmente o privado.

Mas não é hora de ficar procurando culpados. É hora de procurar soluções. E as autoridades de Brasília só serão sensibilizadas se todos os setores se manifestarem, como já vêm fazendo a OAB e a própria direção do Fórum.

Entretanto, a ação política é de suma importância, porque o problema também é político. E é chegada a hora dos nossos representantes levantarem a bandeira contra o fechamento do órgão trabalhista. Imperatriz tem, no momento, dois deputados federais – Ildon Marques e Davi Junior. Há três senadores, o governador, que demonstra um carinho especial por Imperatriz, e também as bancadas parlamentares estadual e municipal.

Sabemos que o problema é difícil de resolução, porque trata-se de questão orçamentária. Mas é possível de ser resolvido. Há saídas. Agora é preciso que todos nós exerçamos uma forte pressão sobre o Palácio do Planalto.

Mãos à obra, pois. Nossa parte já estamos fazendo...