O acontecimento político da semana de maior relevância no Maranhão foi o pronunciamento da ex-governadora Roseana Sarney, durante encontro do Diretório Regional do PMDB, nessa sexta-feira. Quebrando uma promessa de que estava deixando a vida pública, ao entregar o Palácio dos Leões para Flávio Dino, ontem ela saiu da “hibernação” e empolgou os correligionários ao anunciar que está voltando à política e disposta a se candidatar ao governo.
A volta de Roseana ao cenário político não é surpresa. Esperava-se, porque na vida ela só fez isso, alimentada pelo sangue político que corre na veia da família Sarney. Porém, o mais importante é que sua decisão joga gasolina na sucessão estadual, exatamente um ano antes do início da campanha das eleições 2018.
Embora tenham seu peso e, claro, mereçam respeito, dois pretensos candidatos, senador Roberto Rocha e ex-prefeita Maura Jorge, ainda não haviam conseguido esquentar o cenário pré-eleitoral, levando o governador Flávio Dino a permanecer em um “céu de brigadeiro”, sem sobressaltos. Mas agora está aceso o sinal de alerta.
Assim, a pré-candidatura de Roseana é tudo que Flávio Dino não queria. Claro que não significa que ele perderia a eleição ou que estaria com medo. Até porque já demonstrou seu otimismo disputando com qualquer nome. A questão é que a candidatura da ex-governadora torna a eleição mais complicada, exigindo do governador o dobro de esforço para se manter no Palácio dos Leões, com uma estratégia de campanha totalmente diferente.
Costuma-se dizer que os Leões do palácio não perdem eleição. Roseana perdeu para Jackson Lago, mas o governador era José Reinaldo Tavares, o qual apoiou o candidato do PDT. Flávio Dino se elegeu com Roseana no governo, mas ela não foi candidata e nem fez qualquer esforço pela candidatura de Edinho Lobão.
No ano que vem, o candidato dos Leões é o próprio governador. Se for levar em conta o histórico, Flávio Dino se torna o favorito. Mas um roseanista diria: tabus são para ser quebrados! Verdade. Só uns quebram mais cedo, outros duram décadas. E os dinistas acreditam que não será desta vez que os Leões perderão a batalha.
Uma preocupação de Flávio Dino é não deixar as eleições irem para o segundo turno. As outras forças políticas iriam se unir em torno do candidato da oposição. O senador Roberto Rocha não esconde de ninguém que, se não conseguir, apoia Roseana ou Maura Jorge.
O certo mesmo é que somente após as convenções, em julho, é que o quadro político-eleitoral estará mais claro para que se faça projeções.
É preciso, inclusive, levar em consideração o momento político nacional. As eleições estaduais estão, queiram ou não, vinculadas à disputa presidencial. Será se o ex-presidente Lula estará mesmo no páreo? Ele seria o candidato de Flávio Dino e, sem dúvida, o maior cabo eleitoral do governador, porque não só no Maranhão, mas em todo o Nordeste, o petista mantém a força, apesar dos escândalos estourados com a “Operação Lava Jato”.
E Roseana, com quem ficaria? Tudo indica que o PMDB não terá candidato à Presidência, porque Temer já descartou a possibilidade de concorrer à reeleição, consciente que é da derrota. O partido, então, apoiaria o candidato do PSDB, que ainda não foi definido, podendo ser o governador Geraldo Alckmin ou o prefeito João Dória.
O jogo só está iniciando. Mas um clima de final de campeonato começa a ser sentido. A entrada em campo de Roseana mexeu com as torcidas...
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