A crise política e econômica em que está mergulhado o Brasil afetou, profundamente, as finanças públicas, e também, da sociedade, acarretando à União, Estados e Municípios enormes dificuldades. E como não poderia deixar de ser, essa situação refletiu duramente nos servidores e nos serviços essenciais, como Educação, Saúde, Infraestrutura e Segurança.
O Rio de Janeiro, por exemplo, quebrou. O governo estadual foi obrigado a lançar um pacote anticrise que causou a revolta dos servidores públicos. São medidas amargas, mas indispensáveis, como o adiamento de reajustes, mesmo os já anunciados, 30% de redução de salário de cargos comissionados, fim de programas sociais voltados a pessoas de baixa renda, aumento de ICMS e também da contribuição previdenciária dos servidores para até 30%.
Mas a situação de colapso não é privilégio do Rio Janeiro. Há outros estados quebrando, como o Rio Grande do Sul, que vem em dificuldades desde o início do ano passado, além de centenas de municípios, que estão chegando ao final do ano sem saída para pagar décimo terceiro, fornecedores e manutenção dos serviços.
Que o grave problema sirva de alerta para os gestores que assumirão as prefeituras no dia 1º de janeiro de 2017. Precisarão administrar fazendo um controle severo dos gastos, evitando o inchaço desnecessário da folha de pagamento e eliminando despesas com ações dispensáveis.
Em Imperatriz, verifica-se no momento uma insatisfação de servidores não pelo atraso de salários, mas pela falta de pagamento do vale-alimentação. O prefeito não paga por que não quer? Acredita-se que não. É o reflexo da crise nacional, que inviabilizou muitas administrações. Em Imperatriz a situação só não é mais grave por causa dos esforços do gestor buscando saídas para resolver os problemas.
O prefeito eleito Assis Ramos receberá uma folha de pagamento dos servidores menor. Poderia ser mais enxuta, mas será menos pesada. O prefeito Madeira já exonerou centenas de contratados e não deixará salário em atraso.
Evidentemente que o novo gestor fará contratações, pois com as atuais demissões, alguns setores da administração municipal ficarão quase que inoperantes. Mas que Assis Ramos seja prudente, porque 2017 o espera sem perspectivas de melhoras significativas na economia do país.
Extraoficialmente, sabe-se que o Município tem uma folha acima de R$ 15 milhões. E todos os meses são bloqueados recursos para pagamento de precatórios. O dinheiro extra, repassado pelo Governo Federal, fruto da repatriação dos recursos de brasileiros residentes no exterior, teve parte bloqueada para tal fim.
Administrar Imperatriz não é fácil. É uma cidade muito complexa, cheia de problemas. E o gestor não vai cuidar apenas de uma folha de pessoal. A máquina precisa funcionar num todo. A cidade tem mais de 100 bairros. É mais de mil quilômetros de ruas, maior parte sem infraestrutura. Tem um serviço de saúde com custos astronômicos, além de uma pesada estrutura educacional e uma coleta de lixo também cara.
Portanto, o problema não é apenas a questão salarial. Mas tem sido um “Calcanhar de Aquiles” das administrações públicas.
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