O cidadão é um cobrador implacável do poder público. Exige que as autoridades constituídas, pelo voto ou não, cumpram com as suas obrigações. Correto, está usando do seu direito, principalmente como pagador de impostos, que devem retornar em forma de benefícios para o coletivo.
Mas qual a obrigação que o cidadão está cumprindo, afora o pagamento do imposto? Aliás, nessa parte, nem todos, porque há os sonegadores. Será que também estamos fazemos a nossa parte? Descumprir leis e depredar o patrimônio é o que mais se verifica no dia a dia em Imperatriz.
A rua é sinalizada e o motorista desobedece. Resultado: uma média de dez acidentes por dia. A rua é asfaltada e no outro dia está lá, cortada. A rua é iluminada, mas a lâmpada não dura muito. É quebrada a pedrada ou mesmo a tiro.
Quem se lembra da Avenida Beira-Rio quando foi inaugurada? Um cartão postal que depois virou uma vergonha para a cidade. Foi transformada numa verdadeira favela. E as praças? Nada de jardim, bancos danificados e coretos parecendo chiqueiro. O vandalismo é visto até mesmo nas escolas. São carteiras e banheiros quebrados, paredes pichadas e o que é pior: professores desrespeitados.
E os riachos de Imperatriz? Estão poluídos pelo esgoto que o cidadão joga da sua casa. Estão obstruídos por carcaças de geladeira e de tv, sofá, cama, troncos de árvores etc. A rede de esgoto é entupida pelo lixo doméstico, que não é colocado na porta no horário determinado para a coleta. De repente vem uma chuva e o lixo vai para o esgoto.
A mobilidade urbana tornou-se um problema grave na cidade também, em parte, por nossa culpa. O desnível das calçadas é tão gritante que em certos casos é necessário colocar degrau. Isso sem falar na obstrução com bancas de camelôs e até extensão de garagem.
O cidadão reclama do carro que passa na sua porta com o som estridente. Mas no final de semana perturba o vizinho com a sua música em volume exagerado. Há até aqueles que colocam o lixo na calçada do outro.
Se formos enumerar os exemplos, precisaríamos de um espaço maior aqui. Em cada setor, verifica-se que há uma ação ilegal, um comportamento indigno de quem tanto exige dos homens públicos ou não.
Portanto, não adianta exigirmos dos outros se não ajudarmos a manter o que conquistamos, exatamente com o suado pagamento dos impostos e as cobranças do retorno dos benefícios. Precisamos fazer a nossa parte. Pelo contrário, que moral teremos para cobrar das autoridades?
Aliás, para cobrarmos, antes de tudo, precisamos votar sem exigir do político uma vantagem pessoal. Sendo mais claro, não vendendo o voto!
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