Nunca o problema da saúde pública em Imperatriz foi tão debatido como nos últimos 42 dias, período em que o Município está sob o comando de nova administração. O assunto foi pauta da Câmara Municipal em todas as sessões desta semana que se encerra hoje. Até parece que o caos verificado nos hospitais e postos de saúde é recente. No passado tudo eram flores!

Pregam que não se deve ficar olhando pelo retrovisor, apontando mazelas do que já passou. Mas isso se torna impossível quando se quer falar de problemas que não são de hoje. São de oito anos. Se houve avanços, como martelaram tanto na cabeça da população, pouco refletiram na melhoria do sistema de saúde pública municipal.

A prova está aí. Como herança deixada, um Socorrão sem condições de funcionamento, escassez de medicamentos, pagamentos da empresa que presta serviços de anestesistas atrasados, fornecedores sem receber e vários outros problemas que afloraram depois que se abriram as cortinas que escondiam uma sala destruída.

Vereadores que no passado recente ajudavam a encobrir todo esse cenário negativo, hoje estão agindo com açodamento, tentando levar à população uma falsa preocupação com o grave estado da saúde pública de Imperatriz. Propuseram a convocação de um secretário que ainda nem esquentou a cadeira, deixando de questionar os verdadeiros responsáveis pela situação devastadora que explodiu somente agora.

Mas teve um vereador que apontou o caminho correto. Ao invés da convocação do secretário, Hamilton Miranda sugeriu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para abrir a caixa preta da saúde e colocar tudo às claras, não deixando pedra sobre apedra.

Taí, sugestão importante! Criar uma necessária CPI. Talvez interessante até para a própria administração passada. Poderia dirimir dúvidas, dar uma resposta a tantas indagações sobre supostos atos que não condizem com o princípio da moralidade pública. Colocaria tudo em pratos limpos, tirando um peso das costas da gestão anterior e dando-lhe um “salvo-conduto”.

Paralelamente a isso, há a necessidade da união de forças para que medidas concretas sejam tomadas e as soluções encontradas. Não se deve ficar apenas nos discursos, fazendo do sofrimento dos que padecem nos corredores dos hospitais um palanque eleitoreiro.

Há a necessidade da construção de um novo prédio para o Socorrão, além de um hospital mais moderno. A prefeitura iria economizar um valor significativo (incluindo o Socorrinho) que chega, mensalmente, a R$ 100 mil. Mas enquanto isso não vem, é preciso se preocupar com a melhoria do atendimento, dispondo de médicos, leitos, medicamentos e materiais.

Afinal, para a doença não tem dia nem hora. E a morte não espera. Portanto, é preciso tirar a saúde de Imperatriz da UTI, dar-lhe um tratamento não paliativo, mas que realmente cure de vez a doença. É grave, mas não incurável.