A partir do dia 1º de janeiro termina a “lua de mel” do Delegado Assis Ramos, eleito prefeito de Imperatriz no dia 2 de outubro. É quando ele assume o comando da Prefeitura para, durante quatro anos, cumprir a dura missão de administrar a segunda maior cidade do Maranhão, sempre com os seus muitos e graves problemas.
Assis Ramos não poderá reclamar diante das dificuldades que por certo enfrentará. Ele buscou o mandato consciente da tamanha responsabilidade que assumirá. Tanto que na campanha apontou problemas em diversas áreas, como infraestrutura, educação, saúde, meio ambiente, trânsito e urbanismo.
Em Imperatriz, a leniência do Poder Executivo permitiu geração de muitos problemas, como a ocupação de espaços públicos por vendedores ambulantes, especialmente no “coração comercial”, originando transtornos na questão da mobilidade urbana e, ainda, enfeiando a cidade com barracas de papelão e bancas de venda de comida.
São pessoas que, diante da falta de oportunidade de emprego, procuram a informalidade para o seu sustento. E a isso se agarram para justificar o seu “comércio” nas ruas. Uma ação da prefeitura iria gerar problemas sociais e desgaste ao gestor, daí o principal motivo para a omissão do Poder Público diante da questão.
Enquanto a cidade for administrada com o coração, problemas como este não serão solucionados e outros surgirão, transformando-se numa bola de neve que um dia se tornará incontrolável.
Mas isso é apenas um dos muitos problemas. Outros tantos também esperam pelo próximo prefeito, Assis Ramos. Imperatriz cresceu rápido e desordenadamente. São mais de cem bairros, muitos ainda sem o mínimo e infraestrutura. A cidade é beneficiada com saneamento básico em pouco mais de 20%.
Na maioria das ruas que já foram asfaltadas, não foi feita rede de esgoto, especialmente nas administrações anteriores. Atualmente se vê esse tipo de serviço sendo executado, mas pouco diante dos quilômetros de vias que estão recebendo pavimentação. E onde há rede de esgoto, não está havendo o cuidado de se fazer a ligação das casas, o que mais tarde vai gerar na destruição do asfalto para que o serviço seja feito, como está ocorrendo no momento na rua Dom Pedro I. Um absurdo!
Sabe-se que as obras de saneamento consomem valores astronômicos. Mas há de procurar saídas para que esse benefício imprescindível não seja colocado em segundo plano. Observa-se que basta uma chuva para que a cidade se transforme em um verdadeiro rio. São bairros e parte do Centro debaixo d’água.
E a saúde pública? É outro setor que exige esforço redobrado. Nos últimos anos houve avanços, mas problemas velhos ainda persistem. São filas para marcação de consultas, falta de materiais nos postos de saúde e um Socorrão superlotado, apesar das UPAS, do Hospital Materno Infantil e agora do Hospital Macrorregional Dra. Ruth Noleto. Não resta dúvidas que será uma das maiores dores de cabeça para o novo gestor.
Na educação, a cidade está bem servida de escolas, mas precisa de mais investimento na qualidade do ensino e maior valorização dos professores. Necessita-se de escola de tempo integral para melhora do rendimento do aluno.
Há ainda o desafio de resolver o problema da mobilidade urbana. O trânsito está um caos, embora as medidas já tomadas. Há a necessidade de uma regulamentação em que um dos pontos principais seria a fixação de horário para carga e descarga e circulação de carretas.
Sabemos que o prefeito eleito Assis Ramos não fará milagres. Mas a boa vontade o levará a resolver, se não tudo, pelo menos boa parte dos inúmeros problemas que o esperam. Prepare-se.