Há exatamente dez anos, o senador Edison Lobão anunciava que seria apreciado o projeto de sua autoria determinando a realização de plebiscito para a criação do Estado do Maranhão do Sul. Era início de abril de 2007. A discussão e aprovação da proposta aconteceriam "nos próximos dias". Mas tudo não passou de mais um sonho. Nada aconteceu.
A bandeira de criação do Maranhão do Sul já foi levantada por vários políticos, servindo por décadas de palanque eleitoral. Mas o movimento esfriou nos últimos anos, especialmente depois que um dos que se apresentavam como líderes da campanha emancipacionista assumiu um mandato executivo.
Pronto! Não se ouviu mais falar em Maranhão do Sul. Mas agora, do nada, ressurge o movimento desfraldando a bandeira da redivisão territorial. Mas a quem interessa a retomada do assunto que, repita-se, serviu até agora apenas de palanque eleitoral?
Recentemente foi criada a Associação para o Desenvolvimento da Região Tocantina e do Maranhão do Sul (Adermasul), que já definiu para o próximo 21 de abril um evento para marcar a retomada do movimento. Seus fundadores buscam amenizar as críticas. Juram que não tem qualquer relacionamento com a proximidade das eleições, argumentando que o pleito só acontece no próximo ano.
Pois bem. Vamos, mais uma vez, dar um voto de confiança, afinal é um desejo interminável, de todos nós, que o sul do Maranhão se torne um Estado e caminhe com as próprias pernas, apoiado pelas suas potencialidades, sem depender das migalhas que retornam do muito que geramos e mandamos para os cofres do Palácio dos Leões.
Mas esperamos que, realmente, acima do interesse eleitoral, esteja a vontade de ver realizado o velho sonho. Não aceitaremos que o movimento esteja sendo articulado para dar discurso a todos aqueles que já se elegeram em cima da proposta e hoje, certamente, encontrarão dificuldades para voltar a pedir votos.
A população já está calejada e não pode mais uma vez ser enganada. Há um descrédito. Quando se fala em Maranhão do Sul, as manifestações são negativas, tamanho é o ceticismo em torno de tão importante assunto que, infelizmente, passou a ser visto como sinônimo de "cruzeta".
Portanto, diante de tanta decepção, a pergunta que já se ouve é: A QUEM MESMO INTERESSA RESSUSCITAR O MARANHÃO DO SUL?
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