A saúde é direito de todos e dever do Estado. É o que garantem os artigos de 196 a 200 da Constituição Federal. Em Imperatriz, há muitos anos a Carta Magna está sendo “ferida de morte” com o caos instalado na saúde pública municipal devido a incapacidade dos gestores passados. Agora, a nova administração está pagando o pato, com todos os problemas sendo jogados nas suas costas como se fosse a responsável pelas mazelas registradas nos corredores e leitos do Socorrão.
A situação é grave e há duas semanas é o assunto predominante na Câmara Municipal. De um lado, um grupo de vereadores tentando culpar a administração de 49 dias, enquanto que do outro vereadores mostrando que é uma herança deixada por gestões dos últimos 20 anos. A verdade é que a bomba estourou somente agora, nas mãos do prefeito Assis Ramos.
Durante os debates nas sessões da Câmara, a proposta mais viável foi a apresentada pelo vereador Hamilton Miranda. Conforme foi abordado pelo Editorial da semana passada, Hamilton propôs a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para abrir a caixa preta da saúde pública municipal, escancarando para a sociedade tudo que aconteceu até o momento.
Pelo menos 10 vereadores manifestaram interesse na abertura da CPI. A investigação é oportuna, porque vai esclarecer pendências e, consequentemente, abrir caminhos para o começo da resolução dos problemas. Só críticas, denúncias de jogadas político-eleitoreiras para a plateia não trarão resultados para que se ofereça uma assistência eficiente e tire os pacientes do martírio em busca de atendimento, muitas da vezes em vão.
Pelo que se tem percebido, durante a transição o quadro da saúde foi mostrado superficialmente, porque o próprio prefeito Assis Ramos tem revelado que encontrou dívidas que passam dos R$ 24 milhões, enquanto que nos cofres existiam apenas R$ 6 milhões. Isso sem falar em outros inúmeros prolemas.
Na próxima segunda-feira, a Comissão de Saúde vai ouvir o secretário interino Ely Samuel. Seria uma grande oportunidade para ele mostrar um raio x do setor, se possível entregando documentos que poderiam justificar a criação da CPI.
A investigação poderia esclarecer, inclusive, o suposto sumiço de um aparelho de raio x da UPA do Bairro São José. A denúncia foi feita pelos vereadores Bebé Taxista e Ditola Castro e até a última sessão da semana não houve uma resposta convincente.
A sociedade, que paga impostos e tem o direito assegurado ao serviço médico gratuito, espera dos vereadores e das demais autoridades providências enérgicas para que a saúde de Imperatriz seja tirada do estado grave em que se encontra.
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