Com dia e horário marcados, vai explodir em Imperatriz mais um grave problema social que pode ter repercussão nacional e, mais uma vez, veremos o nome da cidade manchado. Uma bomba que poderia ter sido desativada se as autoridades competentes, principalmente as da época, não tivessem sido omissas e cortado o mal pela raiz, em vez de acenar com regularização fajuta e ilegal, como os tais TÍTULOS DE POSSE.

Referimo-nos à invasão, que os “espertalhões” preferem amenizar chamando de ocupação, de uma área do bairro Bom Jesus, que já foi batizada de Vila Jackson Lago. Na próxima terça-feira, 22, às 7h, cerca de duzentos homens da PM darão apoio ao oficial de justiça para cumprir a reintegração de posse. Grande confusão! São mais de mil famílias, já há dois anos no local, muitas com casas construídas que se transformarão em entulhos misturados a sonhos e dinheiro perdidos.

Tamanha é a gravidade que o assunto predominou nas sessões da Câmara Municipal durante a semana, com opiniões das mais diversas dos vereadores, a grande maioria se manifestando a favor dos invasores. Uma atitude que estimula a se “institucionalizar” a indústria da invasão em Imperatriz.

É verdade que muitas das famílias que lá estão necessitam de uma moradia. Mas existem os aproveitadores, os espertalhões que já possuem casa.  Há, inclusive, denúncias de que terrenos já foram vendidos. Construções caras foram erguidas! Como um cidadão da classe baixa pode construir um imóvel com valores muito distantes do seu poder aquisitivo? Dois vereadores tiveram a coragem de alertar para isso. Não acham justo lutar pela concretização da invasão para beneficiar quem não precisa.

A questão tem aproveitador político desde o início. Hoje não é novidade ver, também, políticos se posicionando contra o direito de propriedade, assegurado pela Constituição.

Para amenizar a situação, a Câmara sugeriu aos governos municipal e estadual que façam a desapropriação da área. Até agora nenhum se manifestou. Se o fizer, é mais um estímulo à invasão. Amanhã já aparece outra, porque haverá a certeza de que o poder público estará pronto para ajudar.

É necessário que se destaque a construção de vários residenciais do programa “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal. Há o Sebastião Régis, Itamar Guará, Recanto Universitário, Dom Affonso Gregory e Teotônio Vilela, que será entregue no final de agosto.

São milhares de casas disponibilizadas. Mas acaba com o déficit habitacional de Imperatriz? Não. Porém ameniza, e muito. E o efeito só não é maior porque há um sério problema que as autoridades ainda não quiseram enfrentar: a existência de pessoas contempladas que não necessitam. Não é culpa de quem faz o processo de triagem. Há os espertalhões que usam outras pessoas ou mesmo que não têm imóvel no próprio nome e passam no crivo da CEF e da Prefeitura.

A Câmara ensaiou criar uma CPI para apurar as possíveis irregularidades. Vereadores chegaram a denunciar a venda de casas. Mas parece ter faltado vontade. É melhor jogar para a plateia que está em busca de uma moradia por meio nada recomendável. Que o Caso Bom Jesus seja o último dessa indústria nefasta da invasão em Imperatriz.

Não é necessária nenhuma recomendação aos governos municipal e estadual, a não ser que apoiem a JUSTIÇA no cumprimento de sua decisão.

A bomba social está acesa! Rezemos por uma terça-feira de paz...