Um problema antigo e que vem se agravando diante da omissão do poder público de Imperatriz é a ocupação de espaços públicos. E isso afeta a mobilidade urbana, porque são calçadas e ruas sendo “loteadas” por comerciantes ambulantes, que vão desde o vendedor de confecções ao assador de milho.  

É um sacrifício e um perigo andar pelas ruas de Imperatriz. A cidade, com mais de 300 mil habitantes, embora as contas do IBGE nunca chegam a esse número, há dois anos já tinha mais de 100 mil veículos. 

Há dificuldades para circulação e estacionamento. E os pedestres são obrigados a andar no meio da rua porque são impedidos de usar as calçadas, tomadas por barracas que, além de impedir a passagem, enfeiam a cidade. 

O “coração” comercial de Imperatriz está uma esculhambação. As  barracas tomam conta de um lado e outro da Avenida Getúlio Vargas. O Calçadão, nem se fala. É preciso andar com atenção para não tropeçar nas mercadorias expostas no chão, obstruindo o espaço a que o cidadão tem direito.

Mas por que o poder público se omite diante de tamanha gravidade? A questão se torna delicada quando surge o temor do desgaste político-eleitoral.  Mexer com os camelôs significa “perda de votos”! E aí, qual político com tutano para enfrentar o problema?

O então prefeito Davi Alves Silva se arriscou, mas para amenizar o impacto, ocupar outro espaço público amontoando os camelôs na Praça Tiradentes, sem a infraestrutura adequada para acomodá-los corretamente e também oferecer conforto aos clientes. Mas, ao menos, as barracas eram desmontadas diariamente, feita a limpeza da praça e à noite o espaço estava à disposição da comunidade. Quando Ildon Marques assumiu a prefeitura, resolveu “lotear” o espaço transformando-o no que existe hoje: um verdadeiro gueto, longe de qualquer fiscalização da Vigilância Sanitária, sem higiene, sem ventilação e barracas cobertas com telhas de amianto, zinco e papelão.

Sem movimento, os camelôs voltaram para o centro comercial e venderam seus locais na Praça Tiradentes para aqueles que, hoje, possuem grandes lojas. A prefeitura não se preocupa em fazer um trabalho permanente de fiscalização.

Hoje, os ambulantes estão enraizados. E quanto mais o tempo passar, mais difícil ficará para se tomar uma providência, porque o problema só aumenta.

Atualmente não existe perspectiva de o poder público agir. Resta-nos aguardar, portanto, que a próxima administração municipal encare como uma das prioridades a retomada do espaço público. 

Ou será que também lhe faltará coragem?