É caótico o trânsito de Imperatriz, em que vans, micro-ônibus, ônibus e outros meios de transporte intermunicipal de passageiros são os protagonistas da baderna promovida nas ruas desta metrópole que sonha em ser capital de um Estado sem antes se preparar para tal status.

Ao começar a ler este Editorial, imaginamos que o leitor já deve logo perguntar a razão de estarmos, novamente, tratando de um problema que ocupou este espaço há menos de quinze dias. A questão é que quando se trata de poder público, não basta cobrar apenas uma vez, se até três ou mais vezes em muitos casos não se resolve nada.   

No dia 25 de julho, o Ministério Público Estadual recomendou à Prefeitura o ordenamento do trânsito de Imperatriz, notadamente em relação aos meios de transporte intermunicipal, principal responsável pelo caos nas ruas do Centro. Deu um prazo de cinco dias para que a recomendação fosse atendida, indicando a possível utilização da antiga rodoviária para amenizar o problema.

Tal medida não redundaria em nada. A antiga rodoviária, hoje, é de propriedade particular e as vias periféricas ao mencionado local já estão ocupadas, por vans, micro-ônibus, ônibus, mototáxis que, no horário de rush, transformam o tráfego da região em um verdadeiro “inferno”. Perde-se um tempo enorme. Não bastasse isso, um supermercado, estabelecido na área, interrompe a circulação de veículos para descarga de suas mercadorias, promovendo engarrafamentos gigantescos. Os próprios funcionários da empresa fazem o papel de guardas de trânsito.

Tentar resolver um problema apenas transferindo-o para outro local seria sofismar. Nem a Justiça tem conseguido. Não podemos desconhecer a realidade criada pelas vans, micro-ônibus, ônibus, mototáxis. Temos que encontrar meios que beneficiem a população no uso desses serviços, temos que encontrar uma solução.

Portanto, é uma questão muito complexa que não vai ser solucionada apenas com um decreto. Vai precisar, acima de tudo, de especialistas no assunto para que haja uma profunda reorganização do trânsito. 

E para isso se exige medidas amargas. Mas a população, que é mais importante, iria receber o doce, porque os atingidos são apenas um segmento que não pode estar acima dos interesses de toda uma cidade.

E hoje, 21 de agosto, quase um mês da manifestação do Ministério Público, não se viu, ainda, nenhuma alteração de melhoramento no trânsito, com os mesmos problemas sendo verificados diariamente.

A sociedade espera que, se não for no governo que está fechando o seu ciclo de oito anos, a próxima administração tenha como uma das prioridades em seu plano de governo as mudanças necessárias para a resolução de tão grave problema que Imperatriz enfrenta.

Uma cidade para ser considerada “boa para se viver” não pode conviver com tamanho transtorno. Trânsito organizado também é condição para que se ofereça qualidade de vida aos imperatrizenses.