* Domingos Cezar

No dia 14 de maio de 1958, na casa de Martinha Cezar e Raimundo Lopes Barra, em Xambioá (TO), nas barrancas do rio Araguaia nascia o segundo filho do casal que recebeu na pia batismal o nome de José Bonifácio Cezar Ribeiro, nome este, segundo o pai, em homenagem ao patriarca de Independência.
Com cinco anos de idade, depois de uma passagem da família por Marabá, o menino se estabeleceu com a família em Imperatriz. Cresceu no bairro da União ouvindo o violão de Seu Crisoste e do Miguel Estivador, dono de uma bela e possante voz. Cresceu acompanhando os vesperais dançantes do clube União animados por alunos do Sargento Mauro.
Como naquela época menino trabalhava desde cedo, José Bonifácio, ou Zequinha, como era conhecido, pescou com o pai e cortou tijolo nas varias olarias que se aglutinavam nas margens do rio Tocantins. Assim conciliava o trabalho bruto e diário com as aulas na Escola União, no período da noite.
Mas o adolescente já despertava para outra arte, que não era de construir tijolos e telhas. Desta forma, em 1976 ingressou no PRITEI - Príncipe Teatro de Imperatriz, companhia teatral comandada pelo teatrólogo Pedro Hanaye, No teatro foi ator, diretor e autor teatral estreando com a peça "Imperatriz por um triz".
Em 1980 formou com Neném Bragança e Dudu o grupo Trempe de Barro vencendo neste ano seu primeiro festival de música. Daí então "morre" o José Bonifácio e "nasce" o Zeca Tocantins. Em 1982, ao lado de artistas locais participa ativamente da fundação da Associação Artística de Imperatriz - ASSARTI.
Logo depois se torna presidente da entidade e inicia a luta pela retomada do terreno da ASSARTI que fora entregue para a Diocese de Imperatriz. Sua luta não foi em vão.  O terreno foi reconquistado e ainda foi premiado com a construção de um teatro batizado pelos artistas de Ferreira Gullar, em homenagem ao poeta maranhense.
Desde então dedicado à música, ao lado do inseparável parceiro, Neném Bragança venceu vários festivais. Ganhou o primeiro lugar do I Festival Aberto Estância do Recreio - FABER (1986), com sua música "Depois do tiroteio". No II FABER (1987) ficou em segundo lugar com sua música "Asa Aberta", em homenagem a Padre Josimo Moraes Tavares.
Irrequieto como sempre, há 17 anos, idealizou e coordenou a I Feira do Livro Imperatrizense, a qual, oito anos depois transformou no Salão do Livro de Imperatriz - SALIMP, maior evento literário do Maranhão e um dos maiores do Norte/Nordeste, sendo seu coordenador artístico até os dias atuais, quando estamos á véspera da realização do 17º SALIMP.
Sentindo a falta de um festival de música que oferecesse oportunidade aos novos compositores e intérpretes, há 12 anos criou e coordena o Festival de Música de Imperatriz - FMI, que atrais concorrentes de vários estados brasileiros. Há três anos o festival foi anexado às atrações do Salão do Livro, na Arena Multicultural.
Em 1999 idealizou e coordenou por oito anos, ao lado do então presidente da Fundação Cultural de Imperatriz - FCI, Lucena Filho e do juiz da Vara da Infância e Juventude, Delvan Tavares, o Projeto Arte & Cidadania nas Escolas. Foram cerca de 90 escolas visitadas, 10 mil livros e centenas de CDs de artistas locais distribuídos aos alunos.
 Atualmente, coordena o projeto Canto Coral Flauta Doce & Violão, que atende 90 crianças e adolescentes da Vila Lobão e bairros adjacentes. O projeto funciona no Salão Paroquial da Paróquia Santa Cruz, com a parceria do padre Rômulo Leal e patrocínio, das empresas Hot Bel e Franco Engenharia,
É autor de 12 livros: Calumbi, Banzeiros, Colhedor de Manhãs, O outro lado da ponte, Dez contos de Pulinário, Pequeno ensaio sobre cultura, O último trem, Dialética do silêncio, Curandeiras, Gotas de sol, Caminhos de nós e Moinho. Gravou 5 discos: Cio do homem, Terreiros de todo canto, Mestiço, Duas faces e Tô chegando.
Zeca Tocantins é membro fundador da Academia Imperatrizense de Letras - AIL ocupando a Cadeira 29 patroneada pelo maestro Moisés da Providência. Filho de Dona Martinha e Seu Cametá é pai de Moara Cavalcante Ribeiro e de Raicam Carvalho Ribeiro.

*Domingos Cezar, membro da Academia Imperatrizense de Letras - AIL. Cadeira 32.