Às margens da Belém-Brasília é comum viajantes - das mais variadas regiões do país - estacionarem seus veículos e exporem seus produtos.
Ao longo da BR-010, comida, brinquedos, redes, frutas... compõem o cenário urbano e chamam a atenção de quem passa.
Nas proximidades do acesso para o novo terminal rodoviário, o grande fluxo de carros, motos e bicicletas indicaram a oportunidade de boas vendas ao comerciante José Maria Costa. Imperatrizense, morador da Lagoa Verde, ele nos conta ter percebido o potencial para bons negócios ofertado pelo movimento intenso desse ponto da via.
Chapéu de palha, bom humor e muita habilidade com clientes e com as uvas – principal produto vendido no caminhão baú, arrendado por José.
As uvas trazidas de Juazeiro-BA e de Petrolina-PE vêm sendo vendidas pelas cidades por onde viajam até chegar a Marabá. Em toda a extensão da viagem, diz José Maria, o colorido da “banca” - montada na traseira do caminhão - atrai clientes.
Entre as variedades, o “carro-chefe”, diz o vendedor, é a uva Thompsom. A espécie sem sementes tem formato diferente das outras. De forma alongada, com cerca de 3 centímetros de espessura, coloração verde-amarelada e baixa acidez – fator que confere à fruta sabor extremamente adocicado – a exuberância dos cachos (grandes, cheios e firmes) desperta a curiosidade dos compradores, que interrogam sem parar: “O que é isso? É doce? Quanto custa? Posso experimentar? Me dá uma?”.
Ao redor da banca, o número de pessoas parecem forçar a parada de quem passa nas imediações. José Maria não tem tempo de falar, entra e sai do caminhão para buscar mais uvas. “É o tempo todo assim...”, diz sorrindo. E pergunta: “Vou sair no jornal? Lá em Marabá um jornal me apelidou de Cowboy das uvas...”. O apelido foi bem empregado, José Maria, ou simplesmente Zé Maria, conta que em seis anos de trabalho, já viajou por diversos lugares e pode ficar meses a fio nas estradas. “Já vendi em Manaus, no Acre e em Goiânia. As uvas duram até seis meses, dependendo do acondicionamento. E essas aqui têm muita durabilidade”.
O quilo da Thompson varia entre 5 e 7 reais. Zé Maria explica que a variação nos preços se dá de acordo com as condições de produção. Segundo ele, há terras que produzem (naturalmente) o fruto menos ácido, em outras, porém, a uva pode ter maior acidez afetando o sabor e consequentemente o preço.
Publicado em Cidade na Edição Nº 14254
Comentários