Hemerson Pinto
De 11h50 às 14h20 de ontem, uma cena chamava atenção na Rua Duque de Caxias, Vila Lobão. Olhos, câmeras fotográficas e filmadoras se voltaram para uma torre de telefonia, de onde um homem negro e alto ameaçava se jogar. Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Samu foram acionados e só após duas horas e meia de negociação o caso teve um desfecho.
Dezenas de pessoas aguardaram horas para ver o que poderia acontecer. Os mais adiantados incentivavam o pulo; outros, mais preocupados, tentavam ajudar as autoridades presentes a convencê-lo de que, independente do problema pelo qual estivesse passando, a melhor alternativa era retornar à terra firme.
Quando o homem desceu, veio a confirmação: não foi a primeira vez que José Carlos da Conceição subiu em uma torre ameaçando saltar para a morte. Registros em imagens e fotos, espalhados pela internet, revelam que ‘Zé da Torre’, como foi chamado em reportagens de emissoras de rádio e TV, sites e jornais, repetiu o gesto mais de 170 vezes em vários estados brasileiros. Alguns registros dão conta de que o rapaz iniciou as ‘exibições’ aos 24 anos, hoje tem mais de 30.
‘Zé da Torre’ afirmou em entrevista a um portal de notícias, após encerrar uma de suas ‘aparições’, que subir em torre é uma forma que encontrou para chamar atenção e buscar seus direitos garantidos por lei a todo cidadão brasileiro. Em algumas cidades, o homem saiu considerado golpista, por ter pedido ou aceitado dinheiros de pessoas para não pular.
Em Imperatriz, ‘Zé da Torre’ foi acolhido, após encerrar a ‘apresentação’, por um evangélico, que o teria levado para casa e oferecido banho e comida.
Publicado em Cidade na Edição Nº 14838
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