Barracas invadidas pela água

Hemerson Pinto

Por volta de 2h da manhã de quarta-feira, 23 de setembro, toda a área que durante 61 dias recebeu banhistas e barraqueiros na Praia do Cacau já estava submersa. Doze horas antes, ainda na tarde de terça-feira, o superintendente da Defesa Civil do Município de Imperatriz visitava a praia e orientava sobre a retirada da estrutura, alertando sobre a aproximação de um volume de água em decorrência da vazão da Hidrelétrica de Estreito.
‘Da noite para o dia’, a vazão, que era de 1.196m³ de água por segundo, subiu para 4.050m³ de água por segundo. Se a Defesa Civil demorasse mais algumas horas para avisar aos proprietários de barracas, os prejuízos seriam inevitáveis.
Na madrugada de quarta-feira, quando a água começou a invadir o interior das barracas, alguns barraqueiros retiravam cadeiras, mesas, ventiladores, congeladores, caixas de isopor e outros pertences utilizados no trabalho durante o período oficial de verão. “Se nós tivéssemos deixado para tirar tudo pela manhã, teríamos perdido”, comentou uma vendedora.
“Encaminhamos documentos para os presidentes das associações das praias do Meio e Cacau, para o dono do som e palco, para a empresa responsável pela iluminação, para a empresa que faz a coleta de lixo, informando o que iria acontecer. Na verdade, para nós da Defesa Civil, não foi nenhuma surpresa, aconteceu o que já era previsto”, afirmou o superintende Francisco das Chagas.
O período oficial de verão em Imperatriz teve exatos 61 dias. As praias do Cacau e do Meio receberam estrutura para garantir o lazer com segurança dos banhistas e pessoas que aproveitaram a temporada para lucrar com a venda de bebidas, comidas e o transporte de pessoas em embarcações.
No último domingo, as atividades patrocinadas pelo município foram encerradas nas duas praias. Alguns barraqueiros afirmaram que iriam continuar, assumindo qualquer risco, mas diante do anúncio da Defesa Civil, resolveram retirar as estruturas e assim não tiveram prejuízos.
Na manhã de ontem, a empresa responsável pelo fornecimento de energia retirava postes e fiação, enquanto vendedores trabalhavam na retirada do que ainda restava.
Segundo a Defesa Civil, nos próximos dias a Hidrelétrica de Estreito ficará operando com vazões consideradas médias e altas, entre 2.000m³ de água por segundo e 3.000m³, tudo para suprir outras hidrelétricas do país com a falha na produção nas usinas hidrelétricas de Itaipu e Angra I.