Por Hatus Wallison N. Fernandes
Desde o início da história humana sempre existiram conflitos sociais, culturais, os quais resultavam em guerras.
Após o amadurecimento do pensamento filosófico e sociológico, a sociedade se uniu, deixando algumas diferenças de lado, para que assim, houvesse desenvolvimento.
Esse desenvolvimento se concretizou, acima de tudo, através do estudo, preparo, experiência, dentre outras técnicas de aperfeiçoamento, para a devida construção de métodos coerentes e racionais.
Nesse sentido, o Brasil desde a sua fundação sempre tentou se organizar em consonância com os bons modelos de Colônia, Império, até alcançar a República.
Atualmente em nosso país, visualizamos uma grande discrepância entre valores, os quais são determinados por paixões. Deixando de lado assim, a coerência e a razão.
Para explicarmos a nossa realidade, façamos através de uma analogia fictícia.
Vejamos.
“Exemplo: Imagine um grande navio que, pela sua qualidade, gera muito dinheiro para uma empresa de transportes marítimos. No entanto, em determinada viagem, por condições fortuitas, este navio se encontra em alto mar no meio do olho de um furacão, na iminência de afundar. O Capitão do navio manda um S.O.S ao porto onde fica a sede da empresa, e afirma com covardia que está abandonando o navio. O dono da empresa, imediatamente, manda uma aeronave ficar preparada, enquanto ele consegue um Capitão. Na mesma hora se apresentam 11 Capitães. O dona da empresa, de cara, já exclui 7 Capitães. Restando para escolha somente 4. O dono da empresa analisa rapidamente o curriculum de cada um, e descobre o que segue. O primeiro Capitão, chamado Kinabo, é recém-formado na academia da Marinha, contudo é honesto e tem muita vontade de ajudar a tirar o navio do naufrágio. Porém, jamais comandou sequer uma canoa no pequeno lago de sua cidade. O Segundo Capitão, chamado Lúpulo, que é muito, muito, muito amigo do dono da empresa, e ainda talvez seja o melhor dentre os Capitães, além de ter experiência em alto mar, uma vez que já tirou um grande navio de um furacão. Entretanto, quando comandou um navio, fez vista grossa para corrupção da tripulação, os quais furtavam dinheiro da empresa. Em virtude disso, hoje este Capitão se encontra preso. Mesmo assim, este quer mandar um marinheiro no seu lugar, para que assim, através de rádio, ele dê as ordens. O terceiro Capitão, chamado de Capim, é uma boa pessoa, e já comandou vários navios de médio porte. Todavia, a sua escola de formação é a mesma do Capitão que está abandonando o navio. Esta, por sua vez, ensina que, se não tiver jeito, deixe o navio afundar salvando a si mesmo, pouco importando se a empresa vai quebrar. O quarto e último Capitão chama – se Cipó, este é honesto, no entanto é valente e brabo. Porém, já comandou navio pequeno, navio de médio porte, chegando até comandar por um pequeno período de tempo, um grande navio no olho do furacão, o qual retirou o mesmo do naufrágio. Por fim, salienta-se que a sua trajetória como Capitão sempre foi um sucesso. O dono da empresa, após ler atentamente as biografias dos Capitães, não pensou duas vezes e mandou o Capitão Cipó. Este, ao chegar ao navio, imediatamente, utilizando a sua experiência, com duas ordens fez parar a entrada de água. Apesar disso, como a situação era grave, comunicou o dono da empresa que tinha que jogar no mar algumas mercadorias para salvar a maioria dos produtos, como ainda o próprio navio. O dono da empresa sem cerimônia deu carta branca. Assim, após muita luta, determinação, inteligência, preparo, honestidade, e acima de tudo, coesão com a tripulação e a empresa, conseguiu resgatar o grande navio da tragédia do naufrágio. É importante ainda destacar que, a tripulação que tinha sido abandonada pelo o seu Capitão, não aceitaria de nenhuma forma o Capitão Kinabo ou Lúpulo. Ou seja, se o dono da empesa tivesse escolhido um desses, eles iriam fazer motim ou contribuir para o barco afundasse. De outra forma, eles queriam o Capitão Capim, posto que podiam manipular o mesmo, podendo assim, roubar. No entanto, com relação ao Capitão Cipó, eles o engoliram em virtude de o mesmo ser competente e suas ideias serem irrefutáveis.”
Ao nosso modesto e ignorante modo de perceber, compararmos os personagens desta analogia fantasiosa com a nossa realidade da seguinte forma: “O grande navio é o Brasil. O furacão é a crise interna e internacional que estamos inseridos, a qual gera desemprego, violência, impunidade, desordem, anarquia do Poder Judiciário, dentre outros males. Os Capitães são os candidatos a presidente do Brasil. A tripulação são os membros do congresso nacional, deputados e senadores. E por fim, e mais importante, o dono da empresa somos todos nós que temos que escolher um capitão”.
Neste exemplo, e com a respectiva comparação, nota-se que mesmo pela urgência, o dono da empresa de forma coerente e racional, ou seja, sem paixão, escolheu de forma imparcial o que era melhor para salvar o barco. Deixando assim de lado a sua amizade e paixão.
Lembramos que essa é uma analogia fictícia.
Ou seja, se esta analogia e a respectiva comparação condiz com a nossa realidade, cabe a cada um de nós decidir por si mesmo. Pois qualquer semelhança é apenas, absolutamente mera coincidência.
Entretanto, se ela estiver certa e alinhada com a realidade, podemos refletir e emitir uma opinião.
Assim, podemos afirmar que o dono da empresa teve sorte na escolha de seu Capitão.
Aí, pergunta-se.
Você não escolheria nenhum Capitão, deixando o navio afundar, ou arriscaria a sorte em escolher outro Capitão?
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