O Dia do Maquinista será comemorado em todo o país, na próxima segunda, 20 de outubro, em um clima promissor, de redescoberta da importância da linha férrea para o desenvolvimento nacional. Instituído pela presidente Dilma Rousseff, em 2012, como reconhecimento à profissão, o maquinista cuja atividade contou, do século 17 até meados da segunda metade do século passado, com grande status, quando a maior parte das ligações entre as cidades ainda se dava por trem, tem recuperado, nos últimos anos, a relevância que jamais deveria ter perdido.
Com 30 mil quilômetros de ferrovias, responsáveis, hoje, por 25% da matriz de transportes do país – percentual que deve passar para 35%, até 2025, segundo planos do governo federal –, o Brasil e suas dimensões continentais precisam, mais do que nunca, da força dos trilhos e dos profissionais que atuam nesse setor para integrar-se e, principalmente, escoar sua produção.
A VLI, uma das principais empresas de logística integrada do Brasil, com ferrovias, portos e terminais terrestres, reúne, entre os mais de seis mil empregados espalhados pelo país, histórias interessantes de quem dedica a vida aos trens. É o caso do maquinista Humberto Barbosa, com dez anos de profissão. Natural de Imperatriz, opera no trecho Açailândia (MA)/Palmeirante (TO) e destaca os diferenciais da atividade: “Ela é muito técnica e detalhista; ou se é maquinista ou não é”, diz ele lembrando que foram três anos de formação, entre aulas teóricas e manobras no pátio, até conduzir a sua primeira composição.
O orgulho de conduzir as riquezas nacionais é revelado no entusiasmo das palavras, quando ele lembra que hoje, os maquinistas da VLI, no trecho Tocantins/Maranhão, são responsáveis por estar à frente da maior composição férrea de grãos do Brasil: “são 160 vagões, puxados por quatro locomotivas. Nada menos, que 3,2 km de extensão. Uma responsabilidade e orgulho sem limites”, comemora Barbosa. A VLI controla a Ferrovia Norte Sul, que engloba o corredor Centro-Norte transportando, na região, grãos, combustível e celulose.
Como primeiro ferroviário da família, Humberto espera fazer história em casa: “Tenho um casal, gêmeos, e quem sabe o fascínio de desbravar esse Brasil, pelos trilhos seja genético”, brinca falando sobre a possibilidade dos filhos escolherem, também, a profissão de ferroviário. Ainda que falte muito tempo, pois os meninos mal completaram um ano e oito meses, ele já faz planos: “Fico imaginando eles crescidos, conhecendo o meu trabalho e compreendendo a importância dele para o crescimento do país e do nosso povo. Acho que deve ser mais ou menos o que eu sinto quando eu passo pelas cidades e vejo os meninos me acenando: a consciência de que eu contribuo, de verdade, para uma sociedade melhor. Um sentimento de cidadão”, afirma.
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