Francimar Moreira

Há tempo assistimos, com certa frequência, ataques ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Nos últimos anos, temos visto impiedosos desvarios contra o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes. Agora, chove acusações ao ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro. 
 
Quem toma a iniciativa de maquinar falácias? E, o que move detratores coadjuvantes a prosseguirem, com avidez, o processo de desconstrução da imagem de figuras públicas que se impuseram, perante o mundo, por suas competências e estaturas éticas?! 
 
Em outras palavras: por que nutrem, com o adubo da mentira, campanhas permanentes, visando detratar figuras públicas reconhecidas, em todos os Continentes, como exemplos de humanismo, de compromisso com a moralidade, com a decência, com a vida?!...   
 
A primeira pergunta tem resposta plena: o impulso inicial é de quem não tolera a superioridade dos que lhe causam inveja. Aliás, sobre os invejosos um sábio sentenciou: "Nada incomoda mais aos medíocres do que a superioridade dos exitosos.
 
A segunda questão reclama uma reflexão. Mas é certo que dão sequência à difamação caluniosa os que se sentem também inferiores. Por essa razão, procuram diminuir a estatura do outro, na tentativa vã de igualar o difamado à figura execrável do difamador. 
 
Creio que os detratores pensam assim: "Se não posso alcançar a estatura dele, reduzo-a até nivelar à minha". O diabo é que, por mais sórdidas que sejam as campanhas levadas a cabo pelos canalhas, eles continuarão apenas canalhas, mas a honradez dos éticos prevalecerá!... 
 
O preâmbulo acima tem por fim subsidiar uma discussão sobre virtudes humanas e as acusações das quais são vítimas Fernando Henrique, Ciro Gomes e Sérgio Moro - os três mais expressivos símbolos, no momento, do que há de melhor na vida pública brasileira. 
 
Fernando Henrique é acusado pelos detratores de plantão "de ter apoiado a instituição da reeleição". Ora, primeiro não haveria nisso nenhum crime ou desvio ético. Segundo, quem instituiu o segundo mandato foi o Congresso Nacional (deputados e senadores). 
 
Aliás, os males que nos afligem nada têm a ver com o número de eleições de uma mesma pessoa, porém com as qualidades dos eleitos. Ao integrar um grupo de sociólogos, filósofos e estudiosos que discutem as questões mundiais, FHC se revela um cientista do mundo. 
 
Ciro Gomes é acusado de ser temperamental e desbocado, porém, em contrapartida, é culto, competente, muito trabalhador, honesto e humanista. Será que essas virtudes não cobrem os seus defeitos - parafraseando aquela antiga musiqueta brega?!... 
 
Ciro já foi deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa cearense, prefeito de Fortaleza, governador do Estado do Ceará, ministro da Fazenda e da Integração Nacional, deputado Federal e, nunca registraram contra ele qualquer irregularidade.  
 
A repulsa de Ciro diante das mazelas que infelicitam o Brasil, no meu entender, revela amor e solidariedade ao povo brasileiro. E o fato de renunciar a mais de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) em aposentadorias a que faz jus, mata de raiva adversários e põe a lume sua estatura. 
 
É certo que Ciro tem atitudes que incitam os rivais. Exemplo: discutir, durante a madrugada, com um grupo de pessoas que fazia baderna em frente ao prédio onde mora. Ora, na condição de ex-governador e seu irmão o governador de então, por que não acionou a polícia?!...  
A questão a ser pensada é: mobilizar a polícia não seria um ato mais ostensivo, para com o grupo que afrontosamente protestava em hora imprópria do que uma simples tomada de satisfação que, infelizmente, desandou para uma discussão acalorada?!... 
 
Sérgio Moro tem 48 anos de idade, 22 anos como juiz e, certamente, 26 anos prévios de  preparo intelectual. Sua passagem pelo Judiciário demoliu a tradição de só se prender pobre, preto e prostituta - e dividirá a história deste Poder, no Brasil, em antes e depois de Dele. 
 
E tem mais: a estada de Sérgio Moro no Ministério da Justiça e Segurança Pública fez diminuir em cerca de 20% (vinte por cento) o número de assassinatos no Brasil. Isso significa que mais de DEZ MIL VIDAS foram poupadas no período em que ele ficou no ministério.  
 
Desconsiderar as virtudes e os históricos dos honrados cidadãos identificados acima, ou as suas exitosas carreiras profissionais, significa mandar ao povo brasileiro um lamentável e criminoso recado: "Não seja honesto, não seja ético, não seja tolo - se puder, furte!". 
 
É um tapa na cara das pessoas decentes e dos milhões que vivem honestamente acusações aos mais expressivos símbolos da decência. Acusam-nos de praticarem atos que são próprios dos mais abjetos e sínicos trapaceiros. O lema é: "Acusemos-lhes do que somos!". 
 
E é lógico: reduzir a reputação alheia é um modo infame e dissimulado de exaltar a desonra, ou pelo menos de tentar nivelar a todos ao plano da patifaria. Logo, os que chafurdam no lamaçal do engodo, da mentira e da corrupção, não cessam de produzir aleivosias.   
 
A razão é simples: a honradez, além de não ser vista, pelos canalhas, como virtude, ainda torna a vida dos honrados mais difícil. Por que, então, não fazer parte da onda de corrupção e cinismo que infestam o Brasil do Oiapoque ao Chuí - seguindo tranquilo a correnteza?!... 
 
E tem mais: se grandes empresários usaram e usam dos mais repugnantes métodos para aumentar suas fortunas, mesmo sabendo que suas façanhas produzem milhões de miseráveis pelo País afora, por que também não sonegar, fraudar, corromper, roubar?!... 
 
É exatamente o que pensam os facínoras: Envolver todos os brasileiros na mesma onda de  patifaria que tanto macula o País. O que há de prevalecer, na visão deles, é o chavão que já circula como um mantra em todo o Brasil: "Honestidade é coisa de otário!". 
 
Existem, sim, campanhas bem orquestradas com o intuito da desconstrução de lideranças honradas no Brasil! O objetivo é claro: impedir que se tenha um estadista no comando. As mortes de Castelo Branco, Juscelino, Carlos Lacerda, Farias Lima e outros que o digam. 
 
Mas os que, com denodo e bravura resistem, e cumprem com os seus deveres perante a vida serão, cedo ou tarde, reconhecidos. E está na hora de o Brasil acordar e aprender que as grandes transformações somente emergem por obras de grandes LÍDERES.  
 
Ladrão, somente pode liderar quadrilha! Logo, vivam Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Nelson Mandela, Pedro Simon, Fernando Henrique, Ciro Gomes, Sérgio Moro e todos os demais honrados.
Afinal, aplaudir as virtudes do outrem é próprio de quem tem estatura.