Audiência discutiu violência e formas de combate

Hemerson Pinto

O evento anunciado na semana passada por O PROGRESSO aconteceu na noite da última quarta-feira, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, OAB, em Imperatriz. Realizada pelo Ministério Público do Estado do Maranhão, a audiência pública reuniu promotores criminais, juízes, advogados, Polícia Militar, Polícia Civil, religiosos e representantes da sociedade civil. O objetivo foi a discussão sobre a violência urbana na região.
Com as propostas apresentadas e debatidas, todas voltadas para o combate à violência urbana, o próximo passo é elaborar um documento que irá exigir dos órgãos competentes as medidas necessárias para reduzir a violência.
O comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar de Imperatriz, Tenente Coronel Markus Lima, informou que a proposta apresentada pela PM é a busca por medidas que possam reduzir a reincidência da participação de adolescentes infratores em práticas criminosas.
“São menores que praticam crimes, são apreendidos e logo estão de volta às ruas e voltam a praticar crimes”, comentou o militar, citando como exemplo a apreensão de um adolescente na noite da última quarta-feira (minutos após a apresentação da proposta da PM na audiência).
O menor que foi apreendido com maconha e uma faca é considerado de alta periculosidade, estava na companhia de outro garoto, confessou ser o autor do assalto que aconteceu na tarde de terça-feira (22 de abril) em uma farmácia na Vila João Castelo, onde uma funcionária foi atingida por um tiro no abdômen. O adolescente afirmou que a arma disparou acidentalmente.
A proposta da PM é que casos como esse possam ser evitados com medidas que garantam a permanência de adolescentes em casas de apoio a menores infratores. O garoto encontrado com a faca e a droga, autor do assalto que resultou na mulher atingida por um tiro, foi apresentado pela polícia anteriormente por outros crimes e horas depois de apresentado, sempre colocado em liberdade, como acontece com a maioria dos adolescentes infratores.
O diretor em exercício das promotorias de Justiça de Imperatriz, Antônio Coelho, afirmou que o tema ‘violência urbana’ é amplo e exige reflexão sobre o combate à violência, além do setor segurança pública. Propostas nas áreas de saúde e educação também foram apresentadas e aprovadas durante a reunião, e devem somar para a composição de um documento que estará disponível, ainda sem data prevista, no site do Ministério Público.
Para o jornalista Aluísio Melo, que participou do evento como representante da sociedade civil, a conclusão da obra do presídio de Imperatriz com a promessa de espaço para o modelo humanização do sistema penitenciário (Método APAC - Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) seria um grande passo a caminho do combate à violência na região.