A exposição pretende informar e alertar as pessoas como evitar e quais os tipos de violência contra mulher

Os 16 dias de Ativismo pelo fim da violência contra as mulheres tem mobilizado diversas ações no cenário nacional. Em Imperatriz, educação e informação foram o ponto alto que levou a rede de enfrentamento à violência contra as mulheres maranhenses a realizar uma ação educativa na tarde dessa segunda-feira (01), no Imperial Shopping.
No primeiro semestre deste ano, foram registradas 2.312 ocorrências de violência contra a mulher, segundo dados da Secretaria de Segurança do Estado do Maranhão, através dos relatórios passados por todas as Delegacias Especiais da Mulher.
“É importante que todos saibam que a cidade conta com uma rede de atendimento para as mulheres que sofrem de violência. Essa iniciativa é interessante porque muitas pessoas questionam o fato de as mulheres agredidas não saírem de casa, mas as estatísticas revelam que a maioria delas não possui renda própria e tem medo, por isso não denuncia”, declara a pedagoga do Centro de Referência em Atendimento à Mulher, Gesileia Silva.
Ainda segundo a pedagoga, é importante que todos saibam que a violência doméstica não é somente a física, mas a psicológica, patrimonial, sexual e moral. “Nas nossas estatísticas prevalece a física. Muitas vezes nós não sofremos, mas conhecemos alguém que precisa de nosso apoio e por meio de uma denúncia nós podemos solucionar alguns casos”, afirma Gesileia Silva.
Para retratar o tema, a exposição “50 Ruivas em Tom de Liberdade”, do fotógrafo Gerson Militão, também mostra uma crítica direta pelo fim da violência contra a mulher. O artista fotografou 50 mulheres imperatrizenses como crítica ao livro 50 tons de cinza, que utiliza a mulher como objeto sexual, além de ser vendido sem restrição de idades.
Ele passou um ano fotografando e explica o porquê da escolha pelas ruivas. “No início eu pensei em fotografar mulheres negras, loiras, porém durante uma pesquisa me atentei para a história das mulheres ruivas que sempre envolvem misticismo. Por exemplo, na Grécia Antiga matavam e queimavam as ruivas porque eles acreditavam que elas ressuscitariam como vampiros. No Egito Antigo, os faraós a matavam para usarem os cabelos como perucas”.
Onde procurar ajuda - O Cram, Centro de Referência e Atendimento à Mulher, localizado na Benedito Leite, trabalha em parceria com a Delegacia da Mulher, Promotoria Especializada da Mulher, Defensoria Pública Estadual e Secretaria da Mulher com o objetivo de auxiliar as mulheres que sofrem violência.
A rede conta ainda com a Casa Abrigo, que é utilizada quando as mulheres estão correndo risco de vida. É uma casa sigilosa, onde são atendidas tanto mães quantos filhos abrigados no local.
Dados - Em um levantamento realizado pelo Cram, de 2010 até outubro de 2014, em Imperatriz foram atendidas cerca de 350 mulheres. A maioria delas sofre violência física e religiosa. Os dados revelam ainda que elas não possuem ensino fundamental completo e na maioria das vezes dependem dos benefícios sociais.