Hemerson Pinto

Na pia, louças sujas. Ao lado, roupas a serem lavadas, e nas torneiras nem uma gota d’água. Dona Maria Inês enfrenta esse problema há quase 20 anos na Vila Machado, distante cerca de 5km do centro de Imperatriz.
“Desde quando a gente mudou para cá. Tem eu e meu esposo numa casa, minha filha e o marido dela na casa do lado. Fica difícil lavar roupa, lavar as vasilhas”, afirma. A dona de casa conta que para manter três caixas de água cheias, precisa comprar o líquido. “Tem um rapaz que busca em uma carroça num residencial aqui perto. Por R$ 20 (vinte reais), ele traz água que dá para encher a caixa menor e um tambor de 50 litros.
A moradora da casa 35, na Rua São Raimundo, reclama que a cobrança mensal pela água que deveria ser fornecida regularmente para o bairro “vem todo mês sem falta”, mas a água, “essa chega um dia e dois não”, declara dona Raimunda.
Na única escola do bairro, as crianças já foram dispensadas das aulas por causa da falta de água. Para acabar o problema a diretora encontrou uma alternativa: “Trazer água na minha moto lá da Vila Cafeteira até aqui. Mesmo assim, não dá para suprir as necessidades. Não dá para manter o banheiro limpo, por exemplo. Muitas vezes ainda é preciso dispensar os alunos mais cedo”, afirma Regilda Silva.