Transplantado, vereador Antônio José enfatiza importância da doação de órgãos

Gil Carvalho

Pelo menos 32 mil brasileiros estão na “fila de espera” por um transplante, sendo que pouco mais de 7.500 foram realizados nos últimos anos. A falta de informação e o preconceito são os principais fatores da não autorização da doação de órgãos.
A legislação brasileira estabelece que “no processo de doação de transplante todos somos doadores de órgãos desde que após a morte de um familiar (até segundo grau de parentesco) autorize, por escrito, a retirada dos órgãos”.
O vereador Antônio Fernandes de Oliveira, 60, transplantado de um rim há 8 anos, contou ontem à reportagem o período de dois anos em que realizava semanalmente tratamento de hemodiálise até conseguir um órgão compatível para realizar o transplante no Hospital Geral de Fortaleza (CE).
“Passei a fazer hemodiálise, mas vez por outra passava mal, estava debilitado – e os medicamentos já não eram suficientes – e fui para fila de espera para transplante”, detalha ele, que conseguiu com muita luta chegar em Fortaleza, onde ficou por oito meses até conseguir o transplante. E atualmente tem uma “vida normal” com refeições balanceadas e sem o consumo de bebida alcoólica. “Já consegui a levar vários amigos daqui de Imperatriz para Fortaleza, sendo que a maioria [80%] realizou transplantes de órgãos”, acrescenta.
Ele observa que “é de fundamental importância a participação de familiares e de amigos no processo de doação de órgãos, pois ajuda a salvar vidas”. Como foi o caso do seu filho Antônio Fernandes de Oliveira Júnior, que doou ao pai um rim.
“Tenho esse gesto de gratidão a Deus, onde solicito todos os meses – a cada dia 28 – a celebração de missa e culto em ação de graças, pois entendo que o transplante não é somente os médicos, é preciso a proteção de Deus!”, ressalta.
Antônio José orienta que pessoas que necessitam de transplantes podem recorrer ao TFD (Tratamento Fora de Domicílio) – ajuda de custo fornecido pelo Governo Federal para bancar despesas de alimentação, hospedagem e passagens. “É necessário o médico expedir um laudo e a pessoa dar entrada logo em seguida no TFD”, explica.
Outro caso – Ele cita também o caso de transplante do jornalista Orlando Menezes, que reside atualmente na cidade de Açailândia, mas que durante muitos anos trabalhou na imprensa em Imperatriz. Menezes foi transplantado dos rins e pâncreas. “Ele (Orlando) não tem mais diabetes e está robusto brincando com os amigos”, finaliza.