Hemerson Pinto
Personagem principal do arquivamento da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), da Câmara de Vereadores de Imperatriz, o vereador José Carlos recebeu nesta semana um ofício com 120 assinaturas de funcionários da empresa. No texto do documento os servidores da estatal agradecem ao legislador a defesa ferrenha da Caema durante os debates realizados no curto período de duração da CPI.
Com o maço de papel embaixo do braço, o vereador percorria os corredores da Câmara na manhã de ontem, usou a tribuna com a papelada na mão, deu entrevistas e não largou o ofício composto por alguns anexos até o final da conversa com O PROGRESSO. O que tem de tão importante no documento para José Carlos? Segundo ele, reconhecimento.
“A Caema tem um quadro de servidores de muitos anos e é notório que essas pessoas amem essa empresa. Percebi o esforço do caso dos servidores da Caema para solucionar o problema da falta de água no rompimento da adutora. Alguém cria uma expectativa negativa sobre empresa e esse servidores se acharam ofendidos”, diz, concordando que recebeu o apreço dos funcionários da empresa pelos esforços em defendê-la nos momentos difíceis vividos ultimamente.
Prevista para investigar a Caema durante 90 dias, a CPI não durou mais que 30. Alguns dos vereadores que votaram para aprová-la e vê-la funcionando a todo vapor em poucos dias aprovaram o requerimento para barrá-la e arquivá-la, o que caiu sobre a mesma como um balde de água fria. Ninguém entendeu, a não ser os próprios vereadores. José Carlos foi mesmo o responsável por ‘fazer as cabeças’ dos colegas?
“A CPI não ia trazer água. É arma de adversário, é arma de inimigo. CPI para apurar falta de investimento é palanque”, declara José Carlos, que exerce a função de líder do governo na Câmara. O papel do vereador com várias gestões de experiência é viver um ‘personagem real’, que ouve com atenção, opina, procura meios de defender as ações do governo, ‘atrapalha’ a oposição, e para quem ainda não percebeu, tem a mania de usar a Tribuna Freitas Filhos, e ao sair, deixar o plenário, sempre com um sorriso no rosto. “Este é o José Carlos, sou assim”, rebate.
O autor do requerimento que arquivou a CPI afirma que “o prefeito já recebeu os diretores da Caema, os funcionários, foi nos bairros aonde serão construídos os poços (recursos do Governo do Estado), e dentro disso esperamos que Imperatriz passe pela cidade do debate, do acolhimento. Se o empresário está numa situação difícil, vamos discutir o que pode ser feito”, disse, exemplificando com o caso VBL, onde a empresa resolveu o problema e continuou aceita pelo Município, desdobrando-se para conseguir ônibus em condições de uso e atender à população.
Segundo José Carlos, o diálogo sobre a Caema vinha sendo feito antes da instauração da CPI “e os adversários correram por trás para criar problemas e embaraços ao nosso diálogo e entendimento”. Completa referindo-se aos membros e apoiadores da Comissão Parlamentar de Inquérito. Mesmo odiado, como diz ser pelos adversários políticos dentro da casa de leis, o líder governista afirma que muita gente o confunde.
“Sou líder do governo, mas as pessoas confundem. Ainda não fiz um pronunciamento, e nem vou fazer, defendendo o Sebastião Madeira. Minha missão nessa casa é defender as ações do governo. Não são todas as boas ações. Tem ações que precisam de uma defesa maior, um entendimento maior”, relata.
Ainda explicando sobre a atuação do ‘personagem real’ na Câmara de Vereadores, José Carlos diz: “A gente procura fazer nosso trabalho, muito árduo, que é falar. Às vezes as pessoas pensam que falar é fácil, mas não é tão fácil assim. Espero que os colegas entendam, não levo nada para a questão pessoal. É uma defesa de ideias, pensamentos. Peço a Deus que dê vida longa aos adversários para eles verem que eu não sou o que muitos deles dizem”.
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