Kayla Pachêco

Participantes do movimento grevista dos servidores da educação e saúde Municipal de Imperatriz tumultuaram a sessão da Câmara de Vereadores da manhã de ontem, 16. Os manifestantes não permitiram que o líder do governo na Câmara, o vereador José Carlos Soares (PTB) informasse os fundamentos da proposta de aumento salarial apresentada ao Sindicato pela Prefeitura.
"Estou aqui em nome do governo. E como líder do governo na Câmara gostaria de afirmar que essa casa de leis tem 21 vereadores, e que a democracia resguarda a igualdade de direitos, então devemos ouvir não apenas os quatro vereadores de oposição, mas também conhecer a postura do governo. Devemos saber falar, mas também saber ouvir", reagiu o vereador diante da impossibilidade de fazer uso da palavra.
Apesar das indicações em votação pelo plenário, na ocasião, não terem ligação com a proposta de aumento salarial enviada pela Prefeitura na semana passada, o grupo de servidores interrompeu o pronunciamento vereador Zé Carlos, para quem a atitude do movimento representa uma atitude de desrespeito ao parlamento municipal.
Em resposta ao pronunciamento dos vereadores de oposição que defendem a continuidade da greve mesmo que o projeto de lei do executivo que garante aumento de 6% mais incentivos seja aprovado pelos vereadores, Zé Carlos tentou responder aos professores em nome da gestão municipal. Porém num gesto de desrespeito e afronta, as pessoas que ocupavam a galeria viraram as costas para o plenário Leo Franklin causando balbúrdia pelo barulho provocado.
Da tribuna Freitas Filho, Zé Carlos lamentou a postura ali presenciada e observou que após falar e fazer suas reivindicações o movimento deveria saber ouvir.
Sobre a questão salarial ali discutida, Zé Carlos desafiou o vereador Aurélio Gomes (PT) a doarem juntos os seus salários de vereadores a instituições de caridade uma vez que o parlamentar oposicionista considerou em sua fala, desnecessários os proventos por eles (vereadores) recebidos. "Convido o nobre colega Aurélio a doarmos juntos nossos salários de vereadores a instituições filantrópicas já que o mesmo questionou o aumento por ele recebido". O que deixou o vereador petista sem palavras.
Em relação ao aumento dos servidores da educação, Zé Carlos afirmou que vai levar a discussão de um percentual maior ao executivo, e fez um apelo para que as negociações ocorram pacificamente. "Vamos lutar por um salário melhor em respeito aos professores que continuam em sala trabalhando sem prejudicar seus alunos. Pois enquanto a maioria dos servidores aguarda o andamento das discussões, parte do movimento não quer debate nem negociação, quando não dão direito ao diálogo amistoso que deveria ser".
Ao final da sessão, líderes do movimento ameaçaram interromper a votação do projeto de lei que aumenta os salários e incentivos da gestão municipal aos servidores da educação e saúde, para impedir a sua aprovação pelos vereadores. "Se os vereadores aprovarem esse aumento proposto pela Prefeitura vamos quebrar a sessão", afirmou o líder do movimento.