Vendedores apresentam termos de notificação e não querem sair

Hemerson Pinto

Ainda na manhã de sexta-feira, antes da chegada do Papai Noel, o que só aconteceu à tarde e abriu oficialmente o período natalino do comércio imperatrizense, um grupo pequeno de vendedores de lanche, frutas e confecções foi visitado pela fiscalização da Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente de Imperatriz. A visita nada agradável rendeu um termo de notificação e reclamações.
Os vendedores foram notificados sobre a venda de seus produtos na Rua Simplício Moreira, ao lado da calçada de uma loja de departamentos, o que seria irregular, de acordo com a equipe de fiscais. Os trabalhadores reclamam o fato de estarem ali há mais de 20 anos e nunca terem sido informados de que deveriam deixar o local.
Agora, próximo ao período melhor para vendas, estão prestes a serem retirados, o que pode acontecer nesta segunda-feira. Sem falar que a presença da Polícia Militar ao lado dos fiscais intimidou e causou constrangimento aos vendedores.
“Até as fiscalizações que vieram apreender os CDs piratas no Calçadão nunca falaram nada com a gente, dizendo que estamos atrapalhando. Estamos vendendo nossos produtos legais e não podemos ficar? Por quê? Que mal estamos provocando aqui, e pra quem?”, questiona Antônio José, vendedor de frutas. Ele e outros vendedores não assinaram o termo de notificação, mas receberam das mãos de uma fiscal.
Para o vendedor de lanches Odair José, “eles alegam que estamos atrapalhando, estamos apenas vivendo honestamente com nossas vendas, como um grande empresário vive de seu comércio. Passamos o ano inteiro esperando esse período de vendas e ninguém nunca falou em nos tirar daqui”.
Os vendedores acreditam que a possível retirada dos ambulantes é motivada pela decoração do Calçadão, que recebeu estrutura para abrigar o Papai Noel durante todo o período natalino. “Lembro que há pouco tempo queriam desobstruir o calçadão para possibilitar a entrada de carros dos bombeiros se fosse necessário, mas logo interrompem ainda mais o espaço como a decoração dos grandes empresários”, desabafa o lancheiro Odair.