Geovana Carvalho
“Os aluguéis são fora do normal, nós sabíamos o preço, mas não sabíamos que o acesso seria tão ruim”. A reclamação do comerciante Willian Barra a respeito do preço do aluguel estende-se também à queda nas vendas.
Inaugurado há quatro meses, o novo terminal rodoviário tem sido motivo de insatisfação por parte de comerciantes. Eles alegam que a distribuição dos setores de embarque e desembarque está mal feita e devido ao tamanho do espaço os passageiros ficam distantes dos boxes de variedades.
O aluguel do box custa 900 reais por mês, porém muitos já estão desocupados. O comerciante Willian Barra diz que as vendas não cobrem os custos do local: “Não dá pra honrar o aluguel com os lucros, eu pago com recursos de outros negócios”.
Nos guichês de venda de passagem, funcionários de empresas de ônibus também reclamam. Além do preço do aluguel, o sol que incide sobre eles durante todo o dia incomoda: “Aqui tem sol demais, invade boa parte do guichê. Os passageiros reclamam todo dia. Nosso aluguel é muito caro (450 reais), numa rodoviária pública não era pra ser assim...”, diz José Arnaldo. O vendedor de passagens afirma que os clientes ficam expostos ao sol enquanto compram os bilhetes. No box da empresa em que trabalha, a venda de passagem já caiu 50%. “As viagens curtas não existem mais. Pra Açailândia os passageiros preferem ir de vã. A Aparecida tinha vários horários pra Açailândia... Agora só os passageiros de viagem longa vêm pra cá”.
Outro problema apontado pelos vendedores de passagem é o difícil acesso. São poucos os coletivos que fazem linha para o local e o preço cobrado pelos taxistas é elevado. Em outro box, o atendente Lee de Sousa também afirma que houve queda nas vendas de bilhetes para viagens curtas. “Nós perdemos o ‘passageiro pequeno’, aquele que a passagem custaria de 15 a 20 reais. Ele vai pagar 15 reais para vir pra cá de táxi, e é mais caro do que ir direto para Açailândia... Então, ele prefere pegar uma vã e ir logo para Açailândia ou Buriticupu”.
O jornal O PROGRESSO procurou a direção da rodoviária, mas o administrador estava em viagem para São Luís – onde fica localizada a sede da RMC Comércio e Serviço LTDA, empresa que administra o terminal.
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